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Estado determina que hospitais ampliem leitos para atender casos de gripe na PB

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publicado em 10/06/2025 ás 10h46
atualizado em 10/06/2025 ás 10h59
Foto: Divulgação/Secom-PB

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) estabeleceu medidas de contingência em razão do aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) de origem viral. A portaria foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira (10) e define a necessidade de ações para conter o avanço das doenças respiratórias, que afetam principalmente crianças e idosos, públicos mais vulneráveis e com baixa adesão à vacinação contra a influenza.

O documento oficial determina que todas as unidades de saúde do Estado adotem medidas como a ampliação de leitos pediátricos e o monitoramento diário da taxa de ocupação hospitalar. A SES será responsável por expedir as normas necessárias e garantir a execução dessas ações. O secretário de Estado da Saúde, Ari Reis, ressaltou que o aumento dos casos infelizmente já era esperado e que a Paraíba vem se preparando desde o mês de abril para enfrentar o período de maior circulação viral.

“A Secretaria de Estado da Saúde publicou no Diário Oficial desta terça-feira medidas de enfrentamento para os casos de síndromes respiratórias agudas graves. Dados epidemiológicos demonstram que desde o início do mês de abril o número de casos tem aumentado em nosso estado. Isso é uma tendência nacional e aqui na Paraíba nós temos nos preparado para acompanhar essa sazonalidade desde o mês de abril”, afirmou.

Ele também destacou os investimentos já realizados e as novas ações para fortalecer a rede de saúde. “De lá até aqui foram cerca de R$ 6 milhões investidos só para o atendimento do público pediátrico e já abrimos mais de 100 leitos de enfermaria e 46 leitos de unidade de terapia intensiva. A partir desta publicação no Diário Oficial de hoje, vamos intensificar ainda mais as medidas, seja na nossa rede, com a abertura ainda nesta semana de leitos de enfermaria nos hospitais de Cajazeiras, Catolé do Rocha e Pombal e de leitos de terapia intensiva em Sousa, Patos, Campina Grande e João Pessoa. Esse investimento vai somar mais R$ 3 milhões aos recursos que o Estado já vem aplicando para dar atendimento de qualidade e acolher esta demanda crescente”, destacou.

As medidas têm como base o cenário epidemiológico atualizado pela Vigilância em Saúde da Paraíba, que indica que de janeiro até agora foram registrados 2.036 casos de síndrome respiratória em todo o estado. Desses, 137 foram causados por Influenza, 157 por Covid-19, 107 por Vírus Sincicial Respiratório, 175 por Rinovírus e 117 por outros vírus respiratórios. Ainda há 972 casos sem especificação do vírus.

Até o dia 9 de junho, foram confirmados 92 óbitos por SRAG com vírus identificado, sendo 49 por Covid-19, 15 por Influenza e 28 por outros vírus respiratórios. Entre os 43 óbitos que não foram causados por Covid-19, nove eram de crianças com até quatro anos e 22 eram de idosos com mais de 60 anos. Esses grupos integram o público-alvo da campanha de vacinação contra a influenza, o que evidencia o impacto da baixa adesão vacinal.

O secretário enfatizou que, além de reforçar a estrutura hospitalar, o governo estadual decidiu ampliar o programa Vacina Mais Paraíba, com incentivos para que a meta de vacinação de 90% da população vulnerável seja atingida. “Em diálogo com todos os secretários municipais de saúde, decidimos ampliar o programa Vacina Mais Paraíba, que antes proporcionava R$ 500 de bonificação para cada sala de vacinação que atingisse a meta da cobertura vacinal, mas agora vai pagar R$ 1.000 para incentivar ainda mais as equipes dos 223 municípios paraibanos a fazer a busca ativa por esses pacientes que ainda não se vacinaram”, disse Ari Reis.

A campanha de vacinação contra a influenza foi prorrogada até 31 de julho, com o objetivo de ampliar a cobertura vacinal entre os grupos prioritários. Até agora, a cobertura vacinal está muito abaixo da meta recomendada pelo Ministério da Saúde, alcançando apenas 35,69% entre crianças e 37,92% entre idosos. A vacinação é a principal forma de evitar quadros graves. As doses estão disponíveis nas salas de vacinação de todos os municípios e são indicadas para pessoas a partir de seis meses de idade.

Ele reforçou o apelo à população para adesão à campanha: “E nós, enquanto secretaria, reforçamos aos pais, mães, responsáveis, jovens, adultos e idosos, que procurem uma das 1.330 salas de vacinação do nosso estado, atualizem o calendário vacinal, se protejam e protejam a saúde dos seus pares e da nossa rede de saúde pública. Os casos graves e as perdas podem ser evitados com a vacina”, enfatizou Ari Reis.

A SES recomenda que casos leves de sintomas gripais sejam atendidos nas Unidades Básicas de Saúde para evitar a superlotação dos serviços de urgência. Em casos de febre alta persistente, dificuldade para respirar, chiado no peito ou recusa alimentar, a recomendação é buscar atendimento médico imediato.

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