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Bacharel, Especialista e Mestre em Administração (UFPB/UNP). Mestre Internacional em Comportamento Organizacional e Recursos Humanos (ISMT – Coimbra/Portugal). Especialista em Neurociências e Comportamento (PUC-RS) e em Inovação no Ensino Superior (UNIESP). Membro Imortal da Academia Paraibana de Ciência da Administração (Cadeira 28). Professor universitário (UNIESP), consultor empresarial, palestrante e escritor best-seller da Amazon. E-mail: [email protected]

Por que líderes ruins ainda são contratados 

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publicado em 07/06/2025 ás 08h16

 

É uma cena comum em muitas empresas: reuniões longas e sem foco, decisões que demoram demais, chefes que controlam planilhas, mas não sabem lidar com pessoas. Eles acumulam cargos, mas não conquistam respeito. E o mais preocupante: continuam sendo escolhidos para liderar. O mercado insiste em valorizar quem segue regras, não quem faz a diferença. O resultado? Ambientes engessados, cheios de formalidades e pouca inovação.

Lá atrás, Steve Jobs já falava sobre isso. Ele criticava os chamados “gerentes profissionais” , pessoas que sabem como a teoria funciona, mas nunca criaram, testaram ou arriscaram nada na prática. Na Apple, ele chegou a dizer que muitos eram “palhaços” ou “idiotas”. Pode parecer duro, mas ele sabia que liderar de verdade vai além do currículo. Exige vivência, visão e coragem para fazer acontecer.

Hoje, o problema continua. Tem muita gente em cargos de chefia que entende de ferramentas, mas não entende do negócio. São bons em planilhas, mas não escutam a equipe. Falam sobre inovação, mas bloqueiam qualquer ideia nova. Esses líderes não inspiram. Apenas mantêm o que está aí.

Isso acontece porque ainda há uma confusão entre cargo e competência. Muitos pensam que ser líder é ter diploma, usar palavras difíceis e saber cobrar prazos. Mas o que realmente move uma equipe é a liderança construída no dia a dia com escuta, experiência e exemplo. Os melhores líderes são aqueles que já passaram pelas funções mais simples e que cresceram porque sabiam fazer, e não apenas mandar.

As empresas precisam mudar o olhar. Em vez de promover só quem obedece bem, devem valorizar quem já mostra liderança mesmo sem cargo. Aquele funcionário que ajuda o time, que propõe melhorias, que se importa com o resultado e não apenas com bônus. Quando a liderança vem de dentro, ela é mais real, mais forte, mais humana.

Ambientes muito cheios de hierarquia acabam matando a criatividade. Cada novo nível entre quem pensa e quem faz é uma barreira a mais para boas ideias. Por isso, empresas com menos camadas e mais espaço para diálogo costumam ser mais rápidas, mais inovadoras e mais próximas da realidade. Quando a burocracia vira rotina, o time para de ousar.

Escolher alguém para liderar não é só ver o currículo. É sentir a paixão, o compromisso e a vontade de construir algo junto. Bons líderes não querem status, querem fazer a diferença. E isso muda tudo. Quem lidera com propósito inspira. Quem lidera por vaidade desmotiva.

Se uma empresa quer crescer de verdade, precisa mudar seus critérios. Parar de premiar quem apenas repete e começar a apostar em quem pensa diferente, arrisca e transforma. Isso dá mais trabalho, mas é o único caminho para resultados duradouros.

O mundo está mudando rápido demais para continuarmos presos a modelos antigos. As empresas que mais crescem são lideradas por pessoas que arregaçam as mangas, mostram o caminho com atitudes e pensam além do próximo relatório. Gente que toca o coração das pessoas, não só os processos.

E aí fica a pergunta essencial para quem faz contratações: essa pessoa vai apenas administrar tarefas… ou vai construir um futuro melhor?

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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