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Operação do Rio contra facção desarticula ‘chefe do Comando Vermelho’ na Paraíba

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publicado em 13/05/2025 ás 16h05
atualizado em 13/05/2025 ás 16h53
Foto: reprodução/Ministério Público do Rio de Janeiro

A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ) cumpriram, nesta terça-feira (13), uma operação conjunta contra uma célula interestadual do Comando Vermelho (CV). Na Paraíba, houve mandados de prisão e de busca e apreensão sendo cumpridos em João Pessoa e Cabedelo. Um dos líderes comandava a facção na Paraíba e a estrutura dela em outros estados.

As investigações, destaca o MPRJ, atribuem o comando dessa estrutura interestadual a dois criminosos: Jonathan Ricardo de Lima Medeiros, conhecido como Dom, à frente da célula paraibana do Comando Vermelho; e Luiz Carlos Bandeira Rodrigues, o Da Roça, articulador da Muzema. Eles seriam os responsáveis por articular o transporte de drogas e armas entre estados, coordenando o abastecimento de comunidades no Rio de Janeiro e gerenciando esquemas de lavagem de dinheiro com o uso de contas bancárias e empresas em outros estados.

Segundo o trabalho dos investigadores, a facção “importava” criminosos de fora do Rio com capacidades operacionais específicas. Dez criminosos foram presos até o momento. Além disso, havia o fornecimento de drogas e de armamento, que seriam usados em expansões territoriais da facção no Rio, inclusive na Zona Oeste da capital, onde há disputa territorial com a milícia, e em outros estados. Uma casa no condomínio de alto luxo Novo Leblon, na Barra da Tijuca, foi um dos endereços alvo de mandados.

Nesta operação, as equipes da Polícia Civil cumpriram mais de 22 mandados de prisão em 39 municípios do Rio. Entre eles, Maricá e Resende, além de endereços em São Paulo, Mato Grosso e Rondônia.

Já o MPRJ, destrinchou as áreas da capital, com mandados expedidos pela 3ª Vara Criminal de Duque de Caxias cumpridos em endereços no Complexo do Alemão, na Comunidade da Grota, Itanhangá, Benfica, Pavuna, Rocha Miranda, Bonsucesso, Guadalupe, São Cristóvão, Riachuelo e Barra da Tijuca. Também foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão na Paraíba, em São Paulo (Araras e Fazendinha) e em Mato Grosso (Pontes e Lacerda).

Em um dos endereços foram encontrados armamento, inclusive de grosso calibre, e dinheiro em espécie. Ainda não há informações sobre o total de apreensões até o momento. A operação também teve como finalidade cumprir os mandados e desarticular a logística para obtenção de armas e de drogas a lideranças da facção criminosa.

De acordo com a denúncia do Gaeco, esse núcleo do Comando Vermelho tem bases nas comunidades Muzema, Cidade de Deus, Complexo do Alemão e Penha, na cidade do Rio; e em Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense; com ramificações nos estados Paraíba, São Paulo e Mato Grosso.

Os alvos vão responder por associação para o tráfico de drogas com emprego de arma de fogo e entre estados da federação, falsidade ideológica, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e comércio ilegal de arma de fogo.

Logística

Os alvos dos mandados seriam os responsáveis por articular o transporte de drogas e armas entre estados, coordenando o abastecimento de comunidades no Rio de Janeiro e gerenciando esquemas de lavagem de dinheiro com o uso de contas bancárias e empresas em outros estados. Foragidos de outros estados também integram a estrutura, destaca a investigação.

Bloqueios milionários

Segundo a Polícia Civil do Rio, o esquema é “minucioso e sofisticado com núcleos operando em diversas comunidades” tanto na capital como em outros estados. Entre as atividades, está a lavagem de dinheiro. As investigações apontaram que, em menos de um mês, foi observada uma movimentação de R$ 5 milhões. Foi pedido o bloqueio de cerca de R$ 40 milhões em bens e valores de pessoas físicas e jurídicas ligadas ao grupo.

O trabalho investigativo teve ainda a colaboração da Polícia Rodoviária Federal, da Receita Federal, do Exército Brasileiro e do Homeland Security Investigations dos Estados Unidos. As diligências de hoje têm apoio de delegacias do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), além das Polícias Civis de São Paulo, Mato Grosso e Rondônia.

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