João Pessoa, 07 de setembro de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Antigamente existiam dois tipos de produtos; os verdadeiros e os falsos. Relógios, equipamentos eletrônicos, comida e bebida…o que estava à venda podia ser encontrado por dois preços diferentes, sendo que o caro era sinônimo de boa origem e o barato sugeria fortemente algum grau de falsificação.
Na minha juventude aprendi que o jeans da moda, a famosa calça Lee, tinha que ter o ri-ri (também conhecido como fecho éclair ou zíper) da marca Taylor. Com as camisas Lacoste a bronca estava no jacaré que simbolizava a marca; tinha que ser bordado e não colado em cima do coração, sempre rindo e olhando em direção ao sovaco esquerdo do orgulhoso proprietário. Porém vi muita Lacoste com o jacaré de boca fechada indo para o outro sovaco. Até na alimentação era muito simples identificar a falsificação, como um tipo de feijão verde apreendido em uma cidade a oeste daqui que quando posto a cozinhar soltava a anilina com a qual fora pintado.
Esqueçam essa época.
O jornalista João Batista Jr., em excelente matéria, revela o mundo das “superfakes”, que tomou conta da ansiosa classe média alta de forma violenta. Um exemplo simples; as bolsas Birkin, que segundo ele estão à venda na loja da Hermés do Shopping Iguatemi (SP) variam desde 90 mil reais até inacreditáveis 2 milhões podem ser encontradas na versão superfake na Lili bolsas do shopping Veneza por “módicos” 32 mil reais. É falsa? É, mas jamais comparável àquelas vendidas na rua 25 de março por mil reais. Na verdade, são copias idênticas do produto de luxo, milimetricamente iguais por dentro e por fora, garantindo às alpinistas sociais não passarem vergonha quando uma milionária puser a vista na sua bolsa. E é isso que vale. Claro que existem métodos para identificar essas superfakes como por exemplo descobrir um código ou um chip dentro da bolsa, porém não se espera que numa festa uma milionária escarafunche a bolsa da Bola de sebo, né? Nessa categoria há de um tudo, porém vou encerrar com um fato prosaico. No meio de tanta falsificação chama atenção a coleção de porcelanas Chanel supefake ofertadas em lojas paulistas. Há filas de espera de até dois meses. Só um detalhe; a Chanel não fabrica porcelana. Portanto, nesse quesito não há falsificação; são 100% apropriações da marca francesa, para deleite das, como direi…inocentes?
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