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Aumento do limite de isenção do IR poderá ser prejudicial, diz especialista

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publicado em 07/02/2024 às 19h03

O aumento do limite de isenção do imposto de renda pode gerar consequências negativas para a população brasileira. O Portal MaisPB conversou com um especialista em Economia, que analisou a nova decisão do Governo Federal e discutiu como, apesar de ser positiva à primeira vista, pode gerar ser ruim futuramente.

Na noite desta terça-feira (6), o aumento na faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para dois salários mínimos foi anunciada pelo Ministério da Fazenda. O teto, que estava congelado em R$ 1.903,98 desde 2015, subiu em maio de 2023 para R$ 2.640,00 e agora vai para R$ 2.824,00.

+Governo aumenta limite de isenção do Imposto de Renda em 2 salários mínimos

De acordo com o economista Diogo Albuquerque, em contato com o Portal MaisPB, apontou que a isenção é ótima para população, porque assim terá mais dinheiro no bolso de cada um. Por outro lado, com menos recursos do Imposto de Renda, o Governo precisará taxar serviços e criar impostos para arrecadar mais e equilibrar as contas, que possuem um déficit primário de 2023 superior a R$ 249 bilhões.

“De toda forma, acaba que a população é prejudicada por conta desse déficit público. Não por conta da redução da tributação, da isenção dessas famílias, que precisam do dinheiro, são trabalhadoras, precisam desse recurso e a isenção vai trazer o benefício direto para essas famílias contribuir com a renda delas, para gastarem com aluguel, alimentação”, disse o economista.

“Mas que essa decisão traz um impacto negativa sob as contas públicas, isso é fato”, disse o especialista.

A mudança estratégica na Economia do Brasil

Depois de oito anos dos dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mais seis de Dilma Rousseff, o Brasil teve uma mudança clara no viés ideológico. Os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro priorizaram estratégias diferentes nas economia, assumindo mais a perspectiva liberalista na economia nacional.

A doutrina econômica que surgiu na Europa do século XVIII, desenvolvida principal pelo filósofo escocês Adam Smith, era um ideal seguido pelo ministro da economia de Bolsonaro, Paulo Guedes. O Liberalismo defende a menor intervenção possível do Estado na economia, livre mercado para as empresas e liberdade para agentes econômicos.

Não à toa, antes das duas isenções recentes do Governo Lula, a última tinha acontecido com Dilma Rousseff. Para Diogo Albuquerque, essa iniciativa do atual presidente é uma abordagem diferente de Temer e Bolsonaro, que optavam por não reduzir a isenção do imposto de renda, para que a equipe econômica não precisasse taxar serviços, produtos e outras áreas do mercado.

“Existem governos de direita que são intervencionista, se pegar nosso caso brasileiro, o governo militar de 1964 a 1985, foi um governo bastante intervencionista. Tinha uma ideologia de realmente uma manipulação do mercado. Mas os governos de direita mais recentes, eles tinham uma ideologia pro liberalismo econômico. Se a gente pegar nesse aspecto, o governo tem que intervir e tributar o menos possível. Essas isenções faziam parte da cartilha dos governos anteriores”, disse.

Leonardo Abrantes – MaisPB

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