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Milhares de obras paralisadas no país

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publicado em 29/09/2023 às 18h58
De Norte a Sul do Brasil tem cerca de cinco mil obras paradas.
O atraso na conclusão de muitas obras iniciadas no Brasil, tornou-se uma norma já consagrada na administração pública em geral. Os cronogramas não são cumpridos e isso virou rotina para que sejam feitos inúmeros aditivos e consequentemente reajustes, muitas vezes causados por má fé e interesses escusos.
Como político transformei a região de Catolé do Rocha num canteiro de obras, com a construção de açudes, rodovias asfaltadas, barragens e adutoras. E como Secretário da Infraestrutura do Estado acompanhei de perto a execução de grandes obras que foram concluídas dentro do seu cronograma projetado inicialmente. Não se abusou de aditivos e reajustes, objetivando lucros injustificáveis e muitas vezes desonestos como aconteceu no período de 2001 a 2016 que causou muita revolta pelos escândalos transformados em práticas abusivas e rotineiras.
Podemos afirmar sem medo de errar, que existem milhares de obras paralisadas no país, causando grandes prejuízos à população, por interesses abusivos e inescrupulosos.
Vou apenas destacar duas obras:  a Transposição da Águas do Rio São Francisco. que traria água para o povo nordestino eliminando o flagelo das secas e a indústria do carro pipa para abastecer a maioria da população. O projeto foi lançado em 2007, para a conclusão em 2012 e depois para 2015, data em que foi paralisado, após o início da investigação da Lava-Jato. Custou 4.5 bilhões de reais e somente em 2022, o Governo Bolsonaro recomeçou a obra e concluiu os dois eixos Norte e Leste do projeto original.
A segunda obra foi o projeto da Refinaria Abreu e Lima. Obra que previa produzir 100 mil barris por dia, em 2005 o projeto foi lançado com previsão de gastos de 2.4 bilhões de dólares e em seguida para 13 bilhões de dólares. A previsão da conclusão de 2011 passou para 2014 com previsão de gastos para 17 bilhões de dólares. Este projeto da Refinaria foi a obra mais investigada no Brasil pela Lava-jato onde foi constatado milhões de reais desviados e ainda se encontra paralisada.
Para concluir, vou citar uma pequena obra, bem minuscula em João Pessoa no final da Avenida Cabo Branco,  que foi iniciada há mais de um ano e ainda sem previsão para sua conclusão. Cadê o prefeito?
Enquanto isso, os que fazem cooper e o ciclismo são impedidos de usarem a calçada, e obrigados a andar na pista de rolamento, com risco de acidentes, o que já ocorreu algumas vezes. Isso é manobra de quem não quer fazer o melhor pela cidade.
Concluindo, durante uma reunião do Ministério do Governo Costa e Silva, quando se discutia o lançamento do Ato Institucional “AI5”, Jabas Passarinho, ministro presente na reunião, disse:  “As favas, senhor presidente, neste momento, todos os escrúpulos de consciência”. O padre Fábio de Melo também afirmou em uma palestra: “A expressão “as favas” nunca fez tanto sentido para o povo brasileiro”.
Posso afirmar que o administrador municipal de João Pessoa deve está mandando “as favas” a todos aqueles que estão prejudicados com a falta de conclusão da obra do Cabo Branco. É uma pena. Não, não é uma pena, é falta de atenção, de respeito e de zelo com uma das cidades mais bonitas do Brasil. Ou seja, o prefeito não gosta de João Pessoa.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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