João Pessoa, 23 de setembro de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Ricardo Anísio não era intelectual  

Comentários: 0
publicado em 23/09/2023 às 07h00
atualizado em 24/09/2023 às 06h53

Morremos todos os dias – de abandono, de quedas, de abuso, de sono, de ondas, de mentiras, de atrapalhadas, de humilhações gerais, e das palavras que fogem da nossa língua e, de todo resto do léxico da linguagem desmedida.

Aliás, começamos a morrer quando somos gerados, acho que antes, concebidos nos afagos, até sendo equivocados, que só começamos a pensar, quando damos por isso.

Li uma reportagem sobre a morte do jornalista Ricardo Anísio, em que a acadêmica Pepita, o chamou de intelectual, num facciosismo da irrealidade.

Ora, a Pepita não sabe o significado da palavra intelectual e, certamente, Ricardo não gostaria de ser denominado assim.

Numa mensagem pelo zap, Napoleão Ângelo, disse que Ricardo era um grande profissional, acho que não precisava do “grande”, talvez, seja uma maneira de reconhecer.

A cantora Cátia de França, lembrou da importância dele na sua vida, “um nome imprescindível” – ai sim.

“Que ninguém se esqueça desse intelectual paraibano”, repetiu a imortal Pepita. Ela não sabe o significado da palavra.

O professor Carmelo Reinaldo, que mora na mesma rua que Ricardo Anísio viveu os últimos dias, falou das parcerias. Oliveira de Panelas disse que Ricardo era seu amigo de fé.

Outros jornalistas se manifestaram, mas ninguém chamou Ricardo Anísio de intelectual. Ah, mas Pepita não é jornalista, é escritora.

A notícia da morte de Ricardo Anísio, trouxe uma saudade antecipada. Só nos encontrávamos nas redações dos jornais e raras vezes nas livrarias, mas livraria não é lugar de intelectual.

Ricardo está morto e  nada dito agora corresponde à descoberta do seu pensamento. Um cara que gostava de música, fez diversas matérias com artistas e teve sua participação no jornalismo cultural da cidade.

Nesse momento, nesse preciso instante, que questionamos sobre o sentido de quem foi ele, o que fazemos aqui, faz sentido a morte de cada um.

Que bobeira, uma a P dizer que Ricardo Anísio era intelectual, como e quando ela fez essa descoberta? Depois da morte de RC?

 Vamos mudar de assunto? Pitimbu agora é a “Capital Paraibana da Lagosta”. Existe isso? O projeto é do deputado estadual Eduardo Carneiro.  Só falta dizer que a lagosta é intelectual, né Pepita?

Kapetadas

1 – A pessoa certa existe, mas ela também gosta de se divertir com as erradas.

2 – Sábado é um domingo solteiro

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

Leia Também