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Ana Karla Lucena  é bacharela em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba. Servidora Pública no Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Mãe. Mulher. Observadora da vida.

Uma musica sobre e para Regina

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publicado em 21/08/2023 às 07h00
atualizado em 20/08/2023 às 16h05

Mais uma das de Vander Lee (só porque adoro!). Desta vez, não vai ser preciso imaginar muita coisa, ele falou, enquanto em vida, sobre a composição dessa música, mas, é claro que minha mente imaginativa, romântica e perdidamente apaixonada pela sentimentalidade do poeta, vai inserir alguns elementos emocionados. Fazer o quê? Vivo na corda bamba entre viver de amor e morrer por amor… Esse povo emocionado…

“Esperando Aviões”, uma de suas músicas mais significativas, foi escrita para Regina, sua esposa. Ai…ai… (sim, são suspiros…).

Vander tinha acabado de chegar de avião em Montes Claros, cidade do norte de Minas Gerais e, segundo ele mesmo, viu-se naquele deserto, pouca vegetação, era uma época seca. Sentindo-se sozinho, desembarcou, olhou para a pista vazia e sentiu uma enorme saudade de sua Regina. À noite, chegando ao hotel, a imagem da pista deserta esperando aviões, pareceu-lhe poética. Quis, então, falar sobre aquela saudade, sobre a vontade de fazer sexo com a sua mulher, sobre a distância que os separava no momento, uniu a alguns elementos inexistentes e escreveu.

Como estava à flor da pele naquele momento! Quantas emoções misturavam-se em seu peito e em seu corpo. Ele queria dizer sem palavras, porque era indizível. Cantou, então, o que era “incantável”. A necessidade do ser amado era tão latente, que ele desejou ver o seu sangue correndo nas veias; o cheiro da amada percorrendo seus pulmões, invadindo seus sentidos e matando suas vontades. Quis ser o avião pousando na pista tão desejada. Mas, dentro daquele quarto de hotel, depois do show, estava sozinho, como um velho diário perdido. E, como a pista só ganha sentido por causa dos aviões, ele viu-se sem sentido longe de sua amada, como um presidiário, cumprindo sentença.

Apesar de parecer triste, continua ele na entrevista, a canção não é sobre desencontros, mas sobre reencontro. Sobre a junção de duas pessoas que se amam e estão momentaneamente separadas. Sobre o lamento no canto da sereia que espera o naufrágio das embarcações.  Sobre a necessidade de reencontrar o ser amado e pousar em sua pista. É uma canção sentimental e sensual, criada num momento de extrema fragilidade emocional e física.

Às 4 da manhã, ele liga para Regina e canta para ela a canção. Ela, certamente, envolvida pelas mesmas sensações que o amado, chora o resto da noite e não consegue mais dormir. Não a culpo. Eu também não dormiria!

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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