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Graduado em Jornalismo, Yago Fernandes é um “pitaqueiro” sobre a vida, relações humanas e um apaixonado pela comunicação. É mestre de cerimônias e tem experiência com palestras e oficinas de Oratória. Atualmente, também é assessor de comunicação.

Kalil tem razão 

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publicado em 12/07/2023 às 16h16

Tudo na vida tem seu prazo de validade. Será mesmo? A educação, essa associada aos bons modos, à etiqueta… talvez nunca deixe o palco da vida. Sempre haverá quem desfrute de boa simpatia para com os seus, ainda que o “sistema” conspire contra. Você deve não está entendendo nada, não é mesmo, leitora, leitor? Vou acender a luz e clarear o assunto desta semana. Vi recentemente uma entrevista da Glória Kalil, uma renomada jornalista e consultora de moda. Mas olha… a Glorinha é daquelas que até o papa abaixa a cabeça e a respeita, ela tem gabarito, sempre foi muito competente em tudo que fez. Pois bem, a Kalil afirmou que “ninguém é chique se não for civilizado. Você pode tá vestido da melhor marca do mundo, se você não levar em consideração os outros. A pessoa pode está vestida de ouro, se ela jogar o papel pela parede, se maltratar o garçom… pode pegar aquela roupa e jogar no lixo, para onde ela deve também ir.” Supimpa! 

Essa ideia expressada pela Glória não é nova, e eu mesmo já abordei aqui várias vezes. O que acontece, todavia, é o oposto disso tudo. Gente bacana, com posses e grifes, porém não vale o que tem. Dinheiro, repito, nunca foi sinônimo de educação, de bons modos. Mas as pessoas são avaliadas e julgadas pelo saldo bancário; quem faz esse tipo de conduta não devia ter nascido. 

O cidadão pode ter todo o recurso financeiro possível, mas se não tiver caráter, daqueles confiáveis e a justificar a existência da pessoa, olha, melhor é que suma… Todos os dias encontramos pelos meios de comunicação uma ação, uma exibição, uma prepotência, uma estupidez mesmo de parte dos que são considerados “graúdos”, graúdos pelo dinheiro. Na verdade, graúdos e graúdas são apenas as pessoas de bem, não os tipos que conhecemos aqui entre nós e que se escoram sobre o dinheiro para fazer o que bem entendem e até “apostar” que deles a “justiça” passa ao longe.

O difícil é ensinar isso aos pequenos, já que os velhos não aprendem a lição. Neste período junino trabalhei numa cidade repleta de turistas. Lá pela tantas, no evento no qual eu estava, notei o comportamento das pessoas as quais aparentavam dispor de dinheiro, e isso pelos trajes, caras e poses feitas por elas. Os mais ricos, mais das vezes, são os que mais aprontam, bebem demais, ostentam vidas vazias, isso e mais aquilo. Fiquei a pensar o quanto uma roda de amigos em local modesto… pode ser mais alegre e libertador; o churrasco na laje, por exemplo. As pessoas felizes são quietas, poucos sabem da existência delas, já os pobres “por dentro” vivem arrumando meios de aparecer, de aparecer os infelizes que são. É isso aí, Glorinha, tu tens sempre razão. Sou teu fã.

Submarino do passado 

O caso envolvendo o submarino Titan, que implodiu no Oceano Atlântico, parou o mundo e nos fez pensar na fragilidade humana. Só que esse exemplo precisa ser encarado pela ótica do “voltar ao passado”. E voltar ao passado, como fizeram aquelas cinco pessoas, pode ser algo trágico. Revirar escombros, ir atrás daquilo que não existe mais… tolice grande. Guardamos em nosso inconsciente lixos marinhos, depositados no mais profundo mar de nossas vidas, e que lá permanecem. Reacender as lembranças quase sempre é ruim e resulta em afogamentos, ou implosões. Seja no mundo lá fora ou aquele dentro de cada um, o prudente é conhecer os limites.

Aparências 

Lembrei de um humorista brasileiro que segue numa enrascada de saúde, coisa séria, crises de ansiedade e por aí vai… Pesquisadores americanos descobriram, há muito tempo, que os humoristas não são, como muitos pensam, pessoas habitualmente felizes, que acham graça de qualquer piada, nada disso. Os humoristas são pessoas emocionalmente muito problemáticas. Não é estranho? A vida é mesmo um carrossel de enganações. Ô se sabemos…

Rádio pobre 

Se você sintonizar alguma emissora de rádio, qualquer uma mesmo da região, seja qual for o horário… vai ouvir na hora os caras falando sobre política… política partidária. Um “personagem” político conhecido agora é um dos focos dessa pauta. O cara não sabe em qual partido fica ou se vai concorrer às eleições do próximo ano. Tá, mas e eu com isso, cara pálida? Isso não mudará a vida de ninguém, só interessa ao fulano e a outros que estão por trás faturando. Não sejamos ingênuos. Pois é, o radiojornalismo padece de programação boa, de conteúdo de qualidade. Eu até entendo os donos das emissoras, se mudar e inserir o que de fato presta… a audiência vai embora. O povo merece o “destino” que lhe aguarda… povo não, gentinha! 

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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