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É formado em Direito pela UFPB e exerce funções dedicadas à Cultura desde o ano de 1999. Trabalhou com teatro e produção nas diversas áreas da Cultura, tendo realizado trabalhos importantes com nomes bastante conhecidos, tais como, Dercy Golcalves, Maria Bethania, Bibi Ferreira, Gal Costa, Elisa Lucinda, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Beth Goulart, Alcione, Maria Gadu, Marina Lima, Angela Maria, Michel Bercovitch, Domingos de Oliveira e Dzi Croquettes. Dedica-se ao projeto “100 Crônicas” tendo publicado 100 Crônicas de Pandemia, em 2020, e lancará em breve seu mais recente título: 100 Crônicas da Segunda Onda.

Natal filocalista

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publicado em 25/12/2022 às 09h39

Muitas vezes somos forjados a desafiar tragédias e superações. Curar-se? É preciso fazer contato com o seu eu mais profundo, tocar na estrutura do átomo da sua alma como se isso fosse possível, pois só assim você entenderá quais são as coisas importantes de se ter ao seu lado e as que precisam ser deixadas para trás. Olhar pro futuro é tarefa árdua, mas hoje em dia, com as permanências dos egos inflados, só temos uma inclinação a seguir, o caminho do menos é mais. Para tanto,  em épocas natalinas, principalmente, urge evocar o termo “Philokalia”. Filocalia é “amor à beleza”, mas a beleza que se confunde com o bem. O bem e o bom das coisas pequeninas.  É a oração do coração. Como adianta o texto da ecclesia.org traduzido por Luis Kehl: “Nada nos pertence.

O homem é apenas um pequeno ponto de conexão em meio a sucessão de inúmeras gerações. Cada homem e cada geração têm por tarefa receber a herança daqueles que os precederam e transmiti-la aos que o sucedem. Porém, neste retransmitir se dá uma transformação que é a sua contribuição específica, a marca de cada um e de cada geração que atua no tempo presente. O legado que nos ocupará aqui é a Filocalia do Padres Vigilantes, também denominada de Grande Filocalia.

Até agora, o público de língua portuguesa (e espanhola) tinha dela apenas vagas notícias graças aos “Relatos de um Peregrino Russo” em que, junto com a Bíblia, era a única bagagem que transportava consigo. Portanto, esta palavra misteriosa, Philokalia, ressoará logo nas mentes de alguns. É possível que outros conheçam a pequena obra chamada “A Pequena Filocalia”, publicada no Brasil pela editora paulus. Vale lembrar que se trata apenas de uma pequena seleção de textos da “Grande Filocalia”, escolhidos a partir de um interesse específico, ou seja, a arte da Oração do Coração. A Grande Filocalia é muito mais extensa e envolve muitos outros aspectos da vida espiritual. É um legado precioso, um Tesouro Espiritual que recolhe mais de mil anos de experiência espiritual dos monges da Igreja Oriental”. 

É, amigos filocalistas, que tal abrirmos o coração para a beleza das pequenas coisas, a formosura de uma flor, a lindeza de uma grama verdinha até mesmo do vizinho, o esplendor de um nascer do sol, a exuberância de um pôr da lua, a perfeição de uma formiga trabalhando incansavelmente, a longevidade do solstício de dezembro, a singeleza de um deslizar da água na limpeza de um prato sujo, a caridade, o bem servir, o sorriso largo de quem está ao teu lado nessa jornada e um agradecimento ao Criador por ainda estar vivo em um ano tão turbulento! Feliz Natal! 

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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