João Pessoa, 16 de outubro de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
É formado em Direito pela UFPB e exerce funções dedicadas à Cultura desde o ano de 1999. Trabalhou com teatro e produção nas diversas áreas da Cultura, tendo realizado trabalhos importantes com nomes bastante conhecidos, tais como, Dercy Golcalves, Maria Bethania, Bibi Ferreira, Gal Costa, Elisa Lucinda, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Beth Goulart, Alcione, Maria Gadu, Marina Lima, Angela Maria, Michel Bercovitch, Domingos de Oliveira e Dzi Croquettes. Dedica-se ao projeto “100 Crônicas” tendo publicado 100 Crônicas de Pandemia, em 2020, e lancará em breve seu mais recente título: 100 Crônicas da Segunda Onda.

Uma Rosa com amor

Comentários: 0
publicado em 16/10/2022 às 08h23

Na trama brasileira exibida na Tv Globo há 50 anos e posteriormente refeita pelo SBT, Rosa é uma moça simples e desastrada, que mora com sua família numa vila em Sampa, um cortiço, onde os moradores estão ameaçados de despejo. Ela trabalha na empresa de Claude, um industrial francês que precisa ter um visto de permanência para ficar no Brasil e poder fechar um negócio de milhões com os americanos.

Claude tem que pegar a Rosa, permanecer com ela para simbolizar seu casamento, revidando as maldades da terrível Nara que faz de tudo para acabar com a Rosa e o casamento de fachada. Na nossa telenovela, diga-se de passagem, mexicana, a vida se passa numa ida ao show de Roberto Carlos, só que nosso Claude tem apenas 12 anos e promete pegar a “Rosa” jogada pelo Rei ao final do espetáculo, momento mais esperado da performance do nosso maior artista vivo. Detalhe, a rosa teria que ser vermelha, pois a mãe dele tem uma rosa vermelha tatuada no ombro em homenagem ao cantor.

Não obstante o calor humano do final do show com centenas de senhoras e senhores acomodadas e incomodando uns aos outros, Claude invade o paraíso da terceira idade e em golpe de astúcia misturado com sorte de principiante sai auspiciosamente do ambiente nada agradável de pum e mofo de casaquinhos guardados de madame. Atônitas, mãe e vó se assustam e se alegram com uma rosa linda tamanho GG e de exuberante vermelho. Os três caminham em direção saída do grandioso Teatro até que no corredor final chega a Tenebrosa Nara Paranhos de Vasconcelos. Nara é uma mulher exagerada e maledicente, de alto padrão de vida que vem gritando desde a porta da saída em direção a Claude, reivindicando a “Rosa” do Rei. Acho até que o Roberto escutou os berros da destemida “socialite” que abandona sua família e corre entoando a cantiga “essa rosa é minha” que estridentemente falava assim: – “Essa Rosa é minha, foi o Rei que me deu. Eu estava do seu lado quando você a recebeu. Foi injusto, muito injusto, ele a jogou pra mim, ele a jogou pra mim. Você pegou sim, mas o Rei olhou pra mim!”

Coloque mais uma pitada de loucura e se atente ao final deste conto… Nisso com força e ranger de dentes ataca e se atraca com Claude que tenta revidar aos olhos das duas famílias agora rivais! 

A Tatuada Raquel e a compreensiva Catarina avó de Claude, saem em defesa do infante. Separam as garras da Nara entregam de pronto a rosa já de caule partido e um pouco despetalada e correm os três com medo do ataque de pelanca da desequilibrada Nara. A outra família encabulada ainda tentou pedir desculpas em vão, pois os três partiram em retirada aos galopes em direção automóvel como refúgio de qualquer outro possível ataque da megera não domada. 

Eis que essa foi a nossa versão de “Uma Rosa com Amor” que após uma dose de “fanfic” melhor seria mudar o nome da novela das 21h sem final feliz para “A Rosa da Discórdia”. Fim. 

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

Leia Também

MaisTV

Ministério Público cobra fiscalização e pede prisão para poluidores das praias

LANÇAMENTO DE ESGOTOS - 16/05/2024

Opinião

Paraíba

Brasil

Fama

mais lidas