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“Dever de rua” x “Dever de casa”

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publicado em 27/01/2022 às 18h57
atualizado em 27/01/2022 às 15h58

A APCA (Academia Paraibana de Ciência da Administração) também (re)une seus 31 componentes pela rede
social no formato “whatsapp”. E nesta quinta feira, 27 de janeiro, o acadêmico Lúcio Mariano Albuquerque Melo (membro fundador e 1º presidente da APCA) compartilhou com o grupo um vídeo sobre o qual ele mesmo, Lúcio, diz: “Lido quase diariamente com assuntos ligados a crianças e adolescentes em situação de rua e
vulnerabilidade, mas este vídeo, em que uma a criança fala que quer ser cantor ou administrador de empresas, chamou-me especial atenção!”.

De minha parte, digo que esse vídeo – tão impactante quanto emocionante – deveria ser assistido por todos quantos se interessam em pelo menos diminuir as desigualdades sociais no Brasil, em especial no campo da educação, cabendo sobretudo aos Políticos (assim, com P maiúsculo), os Políticos brasileiros, acessarem o canal
da ECA (Escola de Comunicação e Artes), da Universidade de São Paulo (USP), no YouTub, buscando o título DEVER DE RUA.

Gente!,,, O vídeo aqui referenciado corresponde, especificamente, a uma entrevista com a estudante de nome Gabi, de 12 anos, nascida em Recife/PE e que com toda família foi morar em São Paulo/SP, lá tendo como endereço a rua… o sol, a chuva e o relento da rua! Ou seja: Gabi já foi moradora de rua juntamente com a família e que ao tempo da entrevista já estava morando em um “imóvel invadido”, mas que a família encontrava-se em dificuldade
para “pagar o aluguel” (Pagar o aluguel de um “imóvel invadido”?!…). Antes também foi moradora de um CTA (Centro Temporário de Acolhimento), da Prefeitura de São Paulo, mas que logo de lá saíram por conta de um incêndio que ocorrera.

Essa reportagem – que foi vencedora do 13º Prêmio “Jovem Jornalista”, do Instituto Vladimir Herzog – está assinada pelas estudantes de comunicação Crisley Santana da Silva e Ana Gabriela Zangari. O resultado da premiação aconteceu em agosto de 2021. O título da matéria por si só já chama a atenção de todos quantos se preocupam com este país: “Dever de rua – a relação das crianças desabrigadas com a escola”. E contando a história da criança Gabi, é ela mesma, Gabi, quem narra como, na morada da rua, fazia seu “dever de casa”. Narra mais: que em um banheiro da rua São Bento pagava R$ 1,00 para usá-lo.

Na reportagem suas autoras, após dizerem “como prosseguir (com o trabalho) quando você conhece uma criança que gostaria tanto de ir pra escola e é negligenciada”, expressam a aspiração de que os dispositivos constitucionais, especialmente os citados no Art. 6º, assim como os da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
e do Estatuto da Criança e do Adolescente, não sejam simples “letras mortas”. Que esses dispositivos efetivem-se e que jamais permitam existirem histórias como a de Gabi, que, na escola, sentia vergonha de dizer qual seu endereço aos seus colegas estudantes!

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