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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Para todos os pais

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publicado em 08/08/2021 às 07h05

Deus precisava ter me dado um filho, para que eu não enlouquecesse.

A chegada de Vítor há vinte anos, me tornou num ex-covarde. Fui à luta para alimentar a cria, além do peito da mãe. Ele acabou minha solidão. Eu já o amava desde quando o médico Roberto Ney disse nas últimas ultrasom: “Venha ver a cara dele. É um menino”. Isso dele dizer é um menino, acelerou minha masculinidade, sem nunca ter perdido o lado feminino.

Ser pai não é fácil. Ainda hoje peço que ele me ligue para eu ir abrir o portão de madrugada. É como se ele nascesse todos os dias. Isso meu pai fazia, só dormia quando nós estávamos em casa. Eu durmo, mas acordo com o celular tocando: “Pai, chegando em dois minutos”.

Você que é pai, seja duro, mas seja terno. Seja cobrador, mas vibre com as vitórias.

Seja exigente, mas seja compreensivo.

Não dê tudo que seu filho quer, mas quando puder, dê o que ele precisa.

Provoque em seu filho a vontade de gostar dos livros, da música e do respeito ao próximo.

Então, fazes o tal esforço, um esforço extra. O que seria de nós sem os filhos? Eu só tenho um.

Não diga tudo o que pensa, quem sobreviveria a muitos disparates?

Seja amigo de seu filho. Ensine a ele que o mundo é bom, mas é perigoso.

Não compre armas para seu filho, pois terás o momento de arrependimento máximo.

Brinque com seu filho, aproveite o tempo, para depois vê-lo brincando com os filhos dele, seus netos.

Eduque ele, mesmo que você seja mal educado. O sucesso dele depende também dos pais.

Cada filho é uma humanidade, é repetir o milagre e repetir até que vingue, e sobreviva sua obra de arte.

Peça silêncio, mas deixe ele falar. Se ele já estiver muito crescido, logo poderá calar.

Crie seu filho para que ele, a mulher dele, o marido da sua filha, seus netos, não o levem para um asilo. É triste.

Não ande para trás, seu filho engatinhava para frente.

No exercício de não dizer o que sentes ou te apetece pensar, não gritas dentro de ti, não tenha gestos jamais precipitados que revelem coisas não amorosas, nunca essa impaciência ou zanga, isso seria andar para trás.

Elogie seu filho, se orgulhe dele, porque nem um dia é igual – o segundo domingo de agosto, por mais que a data seja uma questão comercial, é o dia da gente, dia dos pais.

Não mostre fraqueza diante do filho, não o repreenda na vista das pessoas. Chame ele para conversar.

Ser pai não é fácil. Não diga que seu filho não deu para nada e não o associe as banalidades de muitos.

Nunca o chame de vagabundo, faça do seu filho um homem de bem.

Pai, mãe, filhos, avós e netos são feitos da eternidade.

Feliz Dia dos Pais para Todos.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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