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Marcos Pires é advogado, contador de causos e criador do Bloco Baratona. E-mail: [email protected]

Olimpíadas

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publicado em 31/07/2021 às 08h25

Olimpíadas, porque vou tratar de várias. Fosse somente uma, seria Olimpíada. Mas deixa para lá, tem gente que pronuncia “impítima” e mesmo assim o capitão continua firme.

Vou começar com a participação mais impressionante do Brasil. Entre todas as Olimpíadas às quais compareceu, a de 1932, (foto) que aconteceu em Los Angeles merece destaque. Imagine, esportivo leitor, que não havia grana para financiar a viagem dos atletas e os gênios do governo mandaram nossa delegação num navio carregado com 50 mil sacas de café. Os atletas tinham a obrigação de vender o café em todos os portos onde o navio atracasse a fim de pagar suas despesas. Tinha tudo para dar errado, e deu.

Logo na travessia do canal do Panamá as inteligências inventaram uma estratégia para não pagar as taxas que todo navio mercante é obrigado ao usar aquele trecho. Simplesmente camuflaram o navio como uma embarcação de guerra. Na inspeção descobriram os canhões feitos de papelão e acharam no porão aquele mar de café. Tome-lhe multa.

Mas a patranha seguiu e quando finalmente o navio chegou ao porto de Los Angeles descobriu-se que cada atleta teria que pagar um dólar para desembarcar. Eram 82 atletas com apenas 67 dólares, o que impediu 15 atletas de participarem da Olimpíada. Mas não…esperem aí, apressados leitores. O jeitinho brasileiro funcionou pelo menos para o corredor Adalberto Cardoso. É que o navio seguiu viagem até o porto de São Francisco onde ele conseguiu desembarcar sem ser visto e sem um tostão no bolso.

Sem saber falar sequer “The book is on the table” percorreu 600 quilômetros em 24 horas a pé e de carona, conseguindo chegar ao estádio onde a prova iria ser realizada apenas 10 minutos antes do tiro de largada. Vestiu apressadamente o uniforme e disparou. Mas não havia comido nada e o jejum de um dia cobrou seu preço. Desmaiou 3 vezes na corrida, tendo seguidas “turicas” e chegou em último lugar. Acontece que o locutor oficial da prova soubera da sua história e narrou tudo para os espectadores. O brasileiro foi demoradamente aplaudido de pé por todo o estádio e naquele momento criaram para ele o título de Iron Man, o homem de ferro.

Pretendo escrever um próximo capitulo no qual contarei como uma nadadora Maria, brasileira, inventou um novo estilo de nado. Também haverei de contar o cacete que a equipe de polo deu no Juiz, o roubo das armas da equipe de tiro e muito mais.

Tudo vai depender da recuperação de uma cirurgia de cataratas, onde pretendo convencer o médico a aproveitar a ocasião e colocar uma lente verde no meu olho esquerdo e uma azul no olho direito. Vou ficar bonitão, hein?

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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