João Pessoa, 14 de outubro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Com os lucros reduzidos após a implantação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), traficantes de drogas tentam cada vez mais diversificar os negócios. Em uma espécie de consórcio do crime, chefes do tráfico passaram a alugar com mais frequência armas para assaltantes.
O pagamento do aluguel pode ter valor fixo ou um percentual sobre o roubo, entre 20% e 30%, conforme explica o delegado Rodrigo Santoro, titular da DRF (Delegacia de Roubos e Furtos), da Polícia Civil.
— Nós percebemos que esses criminosos estreitaram as relações após o processo de pacificação das favelas. Existem duas situações: quadrilhas especializadas em roubos a bancos e a carros-fortes, que chegam a pagar até R$ 10 mil por um fuzil, e aqueles ladrões que usam revólveres e pistolas para assaltar na rua. Esses [assaltantes] criam intimidade com os traficantes e dão uma parte do lucro.
O segundo tipo de assaltante é considerado mais perigoso pela polícia, pois vai para as ruas disposto a tudo — roubar, trocar tiros com a polícia e matar. Eles acabam sendo usados pelos traficantes para proteger o território da facção criminosa e até em invasões de comunidades dominadas por rivais.
— Alguns criam uma relação tão próxima que acabam atuando no tráfico, assumindo bocas de fumo. No caso das quadrilhas que alugam armamento pesado, o valor vai depender do tipo de arma e do estado de conservação dessa arma. Os ladrões também usam as favelas como esconderijo.
R7
SEGURANÇA - 11/09/2025