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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

O Crátilo de Platão

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publicado em 10/11/2020 às 06h09

Dizer não, não é dizer sim.
O Crátilo de Platão precisa ser reescrito? Absolutamente. Ao final do diálogo do Crátilo, deparamo-nos com a constatação de que os nomes não seriam capazes de dizer a essência das coisas, o que parece pôr em xeque “a tarefa de casa”, mas as criaturas estão muito atarefadas com outras coisas, no disse-me-disse de suas demonstrações de oscilações e fraquezas. Nada combina.
As “aberrações online” e eu não sei exatamente o que quer dizer isso, são sempre muito estranhas. Refiro-me às situações em que as circunstâncias quando parecem pedir algumas definições, ou então, quando a atitudes fazem com que outros se sintam assim, no bem bom, do bem ruim. Da política, que é uma loucura, a vida privada, a doença, o lado tíbio de ser.
A velocidade e o pensamento automático de quem transmite uma mensagem ruim pela Internet, vai além do “estou repassando” – cara de pau. Uma lembrança das sociedades remotas. Absurdos que se espalham mais rápido, que as queimadas em solo brasileiro.
Ninguém poderá afirmar que isto é bom. Ou pior, o discurso do blefe, que acaba por funcionar como obstáculo à cada realidade, nunca na mudança de mentalidade. A coisa está cada dia pior. É preciso ser senhor de si.
Vivemos onde as possibilidades de mudança, estacaram. Caraca, isso é muito sério.
Enquanto parte do mundo pensa ou sonha com algo melhor, a outra detona para conservar tal como está. O mundo será pior depois da pandemia? Ninguém poderá afirmar com certeza que tem a razão do seu lado. Nunca.
Os que não usam máscaras, massacram. Eu já não pergunto se está tudo bem ou se a pessoa está feliz? Eu pergunto: “como estão suas noites de sono?”.
A tragédia do “outro” é o prato dia. Você já soube?????? Por que a separação de duas pessoas precisa se espalhar pelos grupos do WhatsApp?
O sentido original dos vocábulos foram estuprados. São milhares de estupros a cada segundo.
A propagação do mal chega a hemorragias cerebrais. Eu ouvi uma pessoa dizer que estava a apreciar as sonatas de Bach. Foi tudo o que bastou para me deixar feliz.
Saber quanto a outra pessoa ganha ou se “quebrou”, não é da nossa conta, se são infelizes, frustrados em suas profissões, menos ainda.
Choque. Pancada. Incisão. Ardil. Trama. Rombo. Abalo. Filhos sobreviventes do caos. Rasgo. Não deixe seu olhar disperso na sombra dos horrores. Sinceramente, o Crátilo de Platão não precisa ser reescrito.

Kapetadas
1 – Dia sim, dia não, todo mundo é constante. Ou inconstante.
2 – Toda gordura é localizada: está sempre no prato diante de cada postagem.
3 – Som na caixa: “Vai trabalhar, vagabundo/ Vai trabalhar, criatura”, Chico Buarque

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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