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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Rir é o melhor placebo

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publicado em 27/10/2020 às 07h00

Tenho problemas com sequencias de repetições, não com consequências. Peço desculpa, sem culpa. Mas não entendo coisas que começam, se desenvolvem e não terminam. As tumbas são consequências.
Marteladas. Não sei as conclusões. E por quê? Porque nada se explica, nem no mais solene holofote. Menos ainda fora da tumba. Na vidinha de muitos, o tempo se espreme, se alastra, se comprime e se propaga. Tudo se acaba.
Tenho problemas com burrice, gente que fala pegando em mim, mas isso acabou com a pandemia. Gente que segue parada. Nada continua. Aliás, tudo continua: pandemia, vacina, máscaras e álcool gel a granel.
Não se pode pelas consequências determinar coisas que se estacam, o tédio, o vizinho bêbado equilibrista e o cão que late à noite toda. De acordo com as necessidades, medos e uma memória falha e quanto mais o tempo passa, mais consequências.
Olha que eu conheço essa cara, de puxar a brasa para sua sardinha. E o placebo (foto)? Quem perdeu, perdeu. Se conforme. Ou a sardinha para sua brasa? Impressionante como ninguém fala mais com ninguém. Dois gatos pingados. É só por mensagens. Viramos vítimas do sucesso eletrônico.
Pensamos nos fins mais do que nos meios, que pessoas afins pensem mais no que os torna afins do que nas bobagens que os diferenciam, que fiquemos a fim de muito (e de pouco), que sejamos mais elegantes ao falar com os outros, nunca tão desatinados e que, no fim, se tiver fim, esse modus operante nos fará lembrar do susto de um Oh!!!, e, Que coisa, já acabou! Acabou, faz tempo.
Era tão bom sair de casa com amigos para assistir aos shows no Teatro Pedra do Reino. Live é uma ilusão à toa.
Que sejamos mais sinceros no retorno das ligações, que não falemos mais em Covid, sequer em vacinas, porque rir é o melhor placebo.
Que sejamos mais adultos com o aprendizado do não. Ninguém há de discordar disso. E se discordar, diga não e não. O limite e a possibilidade de ser cercado nos caminhos ainda povoados de neons, fliperamas e ganâncias, é que não há mais limite – sempre à espera de uma mordidinha – de ser totalmente realizado, atendido, recebido. Afasta de mim essa fatura.
Ou isso tem a ver, necessariamente, com o discernimento, que é essa dor e a delícia difícil da escolha, de não poder ter e ter que ter pra dar.
O pais do carnaval está endoidecido, os ateus que o digam! Ou será que ficar quieto em sua tumba, também faz parte da liberdade de expressão? No fim, o fim sempre triunfa.

Kapetadas
1 – Poxa maluco logo cedo as testemunhas de J já tão batendo na portão pra pregar. Céus!
2 – Pelo menos para 50% das pessoas que eu sigo no Instagram, a vacina já saiu, eles e todos já tomaram e a pandemia acabou, porque pelo tanto de gente em bar e festa que eu vi nos stories eles devem viver em universo paralelo, não é possível. É possível.
3 – Som na caixa:” Olha o holofote no olho?Sorte, você não passa de um repolho”, Arrigo Barnabê

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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