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“Dez candidatos?!” – Não!… Quatorze!

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publicado em 23/09/2020 às 06h18

O questionamento constante no título deste artigo foi feito por um dos porteiros (Fernando) do prédio no qual mantemos uma sala/escritório. Aconteceu na manhã seguinte ao debate com candidatos a prefeito de João Pessoa, promovido, dias atrás, pela TV Arapuan. E se ele – o porteiro – já estava perplexo diante de tantos (10) candidatos, mais ficou com nossa resposta: – Não são só 10, não! São 14.

“O que?!… Quatorze candidatos?!…” – foi assim que reagiu o referido porteiro, acrescentando: “Se no debate em que só estiveram dez desses candidatos, praticamente não se teve oportunidade de ver e ouvir qual a proposta que cada um tem para a cidade, imagine com a presença de quatorze!”. Em outras palavras, o porteiro pretendia dizer que as regras eleitorais são excessivamente democráticas, porquanto não estabelecem qualquer pré-requisito para tais candidaturas, além de ter título de eleitor e o nome aprovado por convenção partidária.

No caso de candidatura a prefeito, caberia, por exemplo, exigir-se já ter sido vereador ou secretário municipal por um mínimo de dois anos – é o que pensamos. E uma regra dessa natureza seria aplicável, também, em seu devido tempo, para eleição de governador, como a se perguntar ao candidato: – já foi prefeito ou deputado estadual?! Regras assim serviriam sobretudo como um facilitador para os eleitores, que disporiam de uma espécie de vitrine quanto à atuação do candidato em função anterior, e, aí, sim, a escolha para o voto far-se-ia de modo mais consciente, porquanto se contando com recurso avaliativo e até comparativo.

Entretanto, sem pré-requisito nenhum, deparamo-nos com alguns dos candidatos praticamente desconhecidos e cujos partidos nunca elegeram sequer um vereador. Não seria o caso de um partido assim, nessa situação, empenhar-se, primeiro, nesse momento, em eleger como vereador o seu hoje praticamente desconhecido candidato a prefeito?!

Este é o nosso pensar a respeito deste tema. Não significa que seja a única verdade. Há quem pense que a forma eleitoral correta é esta vigente, mesmo porque já há casos de alguns dos praticamente desconhecidos vencerem eleições por conta do descrédito do eleitor em relação aos já bastante conhecidos “politicamente”. A propósito, certa vez lemos um comentário de um crítico musical, este supondo que alguns dos versos da canção “Sozinho”, de Caetano Veloso, foram feitos com duplo sentido, ou seja, não se reportam só a “(des)amor”, mas, também, à decepção da sociedade com o segmento  político. Vale a pena recordar alguns desses versos: – “Às vezes no silêncio da noite/ Eu fico imaginando nós dois/ Eu fico até sonhando acordado/ Juntando o antes, o agora e o depois… Quando a gente gosta é claro que a gente cuida/ Fala que ama, só que é da boca pra fora/ Ou você me engana ou não está madura/ Onde está você agora?!”. Segundo aquele comentarista, Caetano pretendeu também dizer que só se tem o carinho dos políticos no “agora” da campanha. O outro “agora”, o depois, o eleitor vai perguntar ao político: – “Onde você está, agora, para o trabalho em favor do povo?!”.

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