João Pessoa, 20 de fevereiro de 2013 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Os estragos provocados pela explosão, na sexta-feira, de um meteoro próximo à cidade russa de Tcheliabisnk, nos montes Urais, multiplicaram a demanda por vidros e filme plástico para vedar as janelas na região, onde a temperatura pode chegar aos 20 graus negativos nesta época do ano.
Com a procura crescendo minuto a minuto desde sexta-feira, quando ocorreu o incidente, as autoridades determinaram que a venda desses materiais deveria ser feita prioritariamente a creches e escolas.
É o que conta Olga Ligotina, vendedora de uma loja de material de construção que funciona perto do centro da cidade. Segundo ela, seu gerente recebeu uma ligação da polícia dizendo que a venda de filme plástico não poderia ser feita à população de uma forma geral.
A ordem era atender apenas escolas e creches, que teriam prioridade naquele momento inicial.
O aumento da venda de filme plástico fez o faturamento disparar do patamar normal de cerca de 10 mil rublos (US$ 1.993), por dia, para 60 mil rublos (US$ 666), somente na sexta-feira.
"Muitas [lojas] fecharam naquele dia porque ficaram com medo de serem multados pela polícia por violarem as regras", disse Olga.
Apesar da precariedade, o local conta com câmeras de vídeo e seguranças. As lojas são alugadas de um único dono. Enquanto a reportagem da Folha conversava com as pessoas que circulavam pelo mercado e tirava fotos das fachadas das lojas um segurança pediu identificação e, em seguida, solicitou que a repórter se retirasse dali.
Olga diz que a loja em que trabalha ficou aberta e o trabalho foi difícil porque muitos se apresentavam como sendo representantes de escolas e não havia como comprovar.
"A polícia passou aqui duas vezes na sexta-feira. Mas não encontrou nada errado", diz, orgulhosa.
PREJUÍZO
As autoridades locais, de acordo com os jornais da região, calculam que serão necessários repor cerca de 189 mil metros quadrados de vidros danificados.
As fábricas da cidade não dispõem dessa quantidade no curtíssimo prazo e avisaram que vão recorrer a outros estabelecimentos da região.
Projeções também preliminares apontam que o custo de todos os reparos na cidade pode chegar a 1 bilhão de rublos (US$ 33,3 milhões).
Michael Kochkin trabalha como vendedor há oito anos numa das poucas vidraçarias perto do centro e relembra empolgado a correria na loja no última sexta e no sábado.
"Tivemos que trabalhar muito rápido para atender as pessoas. As vendas foram quatro vezes maiores do que um dia normal", destaca.
O problema, explica, não é demanda de moradores como o empresário Sergei Burangulou, que comprava pedaços pequenos de vidro para a janela quebrada, mas, sim, a demanda de grandes shoppings, das escolas e outros prédios que precisam de peças bem maiores.
Folha.com
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