João Pessoa, 17 de maio de 2013 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O deputado Luiz Couto (PT-PB) rebateu o comentário publicado em alguns veículos de comunicação da Paraíba, acusando-o, entre outras coisas, de ter cochilado terça-feira (14) no plenário da Câmara porque "não estava muito preocupado se a Medida Provisória dos Portos seria aprovada ou não".
Couto explicou que na terça (14) chegou à Câmara às 9h da manhã, como de costume, e foi até a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), onde aguardou os outros colegas. Como os trabalhos de todas as comissões permanentes tiveram que ser suspensos por causa da votação da Medida Provisória dos Portos, o parlamentar contou que se dirigiu para a audiência pública da CPI do Tráfico de Pessoas e depois para o plenário da Câmara, ocasião em que participou "assiduamente das sucessivas sessões realizadas para apreciar a matéria com todas as emendas e destaques apresentados".
Como foi noticiado, acrescentou Luiz Couto, a última sessão extraordinária só foi encerrada às 05 horas da manhã já da quarta-feira. "Durante todo esse tempo, permaneci na Câmara dos Deputados. Foram vinte horas de presença na sede do Poder Legislativo Federal, cumprindo com o meu dever de parlamentar eleito pelo povo da Paraíba. Como todos ali presentes, aproveitei os pequenos intervalos entre as sessões para participar das negociações com a bancada do Partido dos Trabalhadores, para ir ao banheiro, para tomar uma água ou fazer um lanche".
"Vencemos mais um longo dia de debates e de votações, com uma jornada de 24 horas de trabalho. Não vi nos blogs, sites, programas radiofônicos e colunas diárias os ditos jornalistas de emboscada tratarem da matéria em pauta e dos debates travados e votações realizadas. Porque isto não interessa a quem não tem conteúdo para escrever, nem preocupação cívica com os problemas do Brasil", criticou.
Confira pronunciamento na íntegra:
O sociólogo paraibano Nilton Wanderley cunhou a expressão JORNALISMO DE EMBOSCADA para designar as atividades de determinados segmentos da imprensa brasileira que fazem usos e abusos de tão importante ofício, deturpando-o para ridicularizar as pessoas que têm visibilidade pública. Não interessa a esse tipo de jornalismo fazer o bom debate sobre qualquer tema que seja de interesse público. Resumem-se às tocaias traiçoeiras para flagrar momentos comuns ao cotidiano de qualquer ser humano.
E assim foi na terça-feira (14), durante a longa série de sessões extraordinárias da Câmara dos Deputados, quando passamos quase dezessete horas debatendo e votando a Medida Provisória dos Portos e um jornalista paraibano fez uma foto, durante um dos interstícios entre as sessões, no momento em que eu, no limite das minhas forças para permanecer presente no plenário, cochilei exausto.
Durante aquele dia de trabalho (terça-feira) cheguei à Câmara dos Deputados às nove horas da manhã como sempre faço. Fui para o plenário da Comissão de Justiça e lá aguardei pelos meus colegas, mas como os trabalhos de todas as comissões permanentes foram suspensos por conta da votação da MP dos Portos, me dirigi para a audiência pública da CPI do Tráfico de Pessoas. Em seguida fui para o plenário da Câmara e participei assiduamente das sucessivas sessões realizadas para apreciar a matéria com todas as emendas e destaques apresentados.
Como foi noticiado, a última sessão extraordinária só foi encerrada às 05 horas da manhã já da quarta-feira. Durante todo esse tempo, permaneci na Câmara dos Deputados. Foram vinte horas de presença na sede do Poder Legislativo Federal, cumprindo com o meu dever de parlamentar eleito pelo povo da Paraíba. Como todos ali presentes, aproveitei os pequenos intervalos entre as sessões para participar das negociações com a bancada do Partido dos Trabalhadores, para ir ao banheiro, para tomar uma água ou fazer um lanche.
Na mesma quarta-feira, passei menos de quatro horas fora da Câmara e voltei a Casa às 09 horas da mesma manhã. Vencemos mais um longo dia de debates e de votações, com uma jornada de 24 horas de trabalho. Não vi nos blogs, sites, programas radiofônicos e colunas diárias os ditos jornalistas de emboscada tratarem da matéria em pauta e dos debates travados e votações realizadas. Porque isto não interessa a quem não tem conteúdo para escrever, nem preocupação cívica com os problemas do Brasil.
Não faço auto vitimização dessas ciladas. Não faço esse tipo. A essa altura da minha idade, com 68 anos de vida e muitas décadas de lutas, sou suficientemente resolvido para resistir aos pequenos e aos grandes ataques dos que não tem outra coisa a oferecer ao povo brasileiro, a não ser o achincalhe, a pegadinha, a zombaria e o escárnio.
Mas avalio que é baixeza o expediente de determinados setores da mídia que priorizam ridicularizar e desumanizar as pessoas, expondo-as caricaturalmente ao ridículo em flagras do dia a dia, como um momento de cansaço, da fadiga e de fragilidade que qualquer pessoa tem quando submetida a longas jornadas de trabalho. Agindo assim, os insidiosos não contribuem com o país nem com a democracia.
Aos embusteiros de plantão, que vivem à espreita, mas que nunca me flagraram nem flagrarão comprando notícias, aplausos e bajulações, cito um aforismo do filósofo alemão Friedrich Nietzsche: “Aquilo que não me mata só me fortalece.”
Era o que tinha a dizer,
Sala das Sessões, 16 de maio de 2013.
Ascom Dep. Luiz Couto
Veja a foto registrada do cochilo do palamentar
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