João Pessoa, 01 de julho de 2013 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
As Forças Armadas do Egito advertiram nesta segunda-feira (1º) que pretendem agir caso as exigências do povo não sejam atendidas no prazo de 48 horas, depois que milhões de pessoas saíram às ruas no domingo (30) para exigir a renúncia do presidente islamita Mohamed Morsi.
Em um comunicado lido na televisão estatal, as Forças Armadas reiteraram o "pedido para que as exigências do povo sejam atendidas e dão (a todas as partes) 48 horas, como última oportunidade, para assumir a responsabilidade pelas históricas circunstâncias que o país está vivendo".
Segundo a agência de notícias Reuters, os organizadores dos protestos receberam bem o comunicado, dizendo que continuariam a protestar. Já um líder sênior do partido da Irmandade Muçulmana, disse que "todo mundo" rejeita o anúncio.
Yasser Hamza, líder do Partido Liberdade e Justiça, da Irmandade Muçulmana, disse que nenhuma instituição do Estado promover um golpe contra Morsi, e alertou contra interpretações equivocadas de quaisquer comunicados do Exército do país.
"Uma instituição do Estado vir e promover um golpe de Estado contra o presidente, isso não vai acontecer", afirmou. "Qualquer força que for contra a Constituição, é um chamado à sabotagem e anarquia."
Pelo menos 16 pessoas morreram nos confrontos entre simpatizantes e adversários do presidente islamita Mohamed Morsi no Cairo, segundo o ministério da Saúde.
A divulgação do comunicado causou uma explosão de alegria entre os manifestantes que exigem a renúncia do presidente na Praça Tahrir, no Cairo, de acordo com um jornalista da AFP no local.
"Morsi não é mais nosso presidente, Sissi está conosco", gritavam os manifestantes, referindo-se ao general Abdel Fattah al-Sissi, chefe do Exército e ministro da Defesa. Durante a transmissão da leitura da nota, uma imagem do general foi exibida em um telão na praça.
O Departamento de Defesa dos EUA não quis especular sobre o que poderá acontecer no Egito nas próximas 48 horas, e afirmou ainda estar analisando o comunicado do Exército e os últimos acontecimentos no país.
Os EUA, entretanto, reforçaram seu compromisso para promover uma transição democrática no país.
Ultimato – O movimento opositor Tamarod, que liderou as grandes manifestações de domingo, exigiu que o chefe de Estado renuncie até a tarde de terça-feira (2) e anunciou que, em caso contrário, iniciará um protesto de "desobediência civil".
"Damos a Mohamed Morsi prazo até terça-feira 2 de julho às 17h (12h de Brasília) para deixar o poder e permitir às instituições estatais preparar uma eleição presidencial antecipada", afirma um comunicado do Tamarod ("rebelião" em árabe).
G1
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