Trump diz ter ‘direito’ de conceder perdão a si mesmo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ressaltou nesta segunda-feira que “tem direito absoluto” de conceder o perdão a si mesmo por um eventual crime. O republicano argumentou, porém, que não precisa do artifício — prerrogativa presidencial — porque “não fez nada de errado”. Pelo Twitter, o chefe da Casa Branca repetiu o argumento apresentado por seus advogados em documento enviado ao procurador especial, responsável pela investigação da interferência russa nas eleições americanas.

“Como foi declarado por diversos estudiosos jurídicos, eu tenho total direito de me perdoar, mas por que faria isso quando não fiz nada de errado? Enquanto isso, a interminável caça às bruxas liderada por 13 democratas muito irritados e confusos (e outros) continua até as eleições”, escreveu Trump em publicação na rede social.

Parte dos juristas considera que Trump não pode se perdoar. O comentário do presidente chega um dia depois de seu advogado e ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, minimizar a possibilidade de o presidente conceder o perdão a si mesmo. O defensor sugeriu que o cliente pode até ter tal autoridade, mas seria imprudente se lançasse mão do artifício.

— Perdoar-se seria impensável e provavelmente levaria a um impeachment imediato. Ele não precisa fazer isso, não fez nada de errado — destacou Giuliani em entrevista à NBC, no domingo. A possibilidade de um auto-perdão teria sido levantada em uma carta, de 29 de janeiro, dos advogados de Trump ao procurador especial Robert Mueller, publicada no “New York Times” no sábado passado.

A defesa de Trump dá sinais de que quer evitar ao máximo um testemunho ao júri de Trump. Giuliani ainda frisou que a equipe não discutiu a hipótese de perdão, questionada por juristas e apontada como um motivo em potencial para uma crise constitucional no país.

Trump também usou o microblog nesta segunda-feira para celebrar os 500 dias à frente de Washington. O presidente exaltou o que considerou um progresso em cortes de impostos, cuidados com veteranos militares, baixa na criminalidade e imigração ilegal, força nas fronteiras, “mais empregos do que nunca e muito mais”.

O Globo

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