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Vítima de estuprador do ônibus decide trabalhar a pé

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publicado em 04/09/2017 às 13h55
atualizado em 04/09/2017 às 10h58

Um dia após a Justiça decretar a prisão preventiva do homem detido por crimes sexuais em São Paulo, a última vítima estuprada por ele dentro de um ônibus voltou a trabalhar nesta segunda-feira(4).

Traumatizada, ela desistiu de pegar o coletivo pela manhã e, por segurança, decidiu caminhar a pé os 3 quilômetros de distância que separam a casa dela do emprego.

“Tenho medo de voltar a andar de ônibus”, declarou a empregada doméstica cearense de 39 anos atacada no sábado (2) por Diego Ferreira de Novais, de 27, preso 17 vezes pelo mesmo delito . “Não me sinto segura ainda”, completou.

O abusador sexual, que alega ter problemas psiquiátricos, se masturbou e esfregou o pênis na mulher. Ela se assustou e pediu ajuda a outros passageiros que detiveram Diego e pediram para o motorista parar o veículo. A Polícia Militar (PM) foi chamada e levou o suspeito à delegacia.

A Polícia Civil o indiciou por estupro porque considerou que ele agiu com violência ao impedir a vítima de fugir. O mesmo entendimento teve a Justiça, que determinou que ele continue preso até um eventual julgamento. Posteriormente, será avaliado se ele será submetido a exames psiquiátricos para saber se é doente e se precisa de tratamento médico.

Sob a condição de que seu nome e rosto não fossem divulgados, a 17ª vítima de Diego voltou a falar com a reportagem nesta segunda-feira(4). No domingo(3), ela já havia comentado que se sentiu “gratificada porque ele está preso”.

“A imagem do pênis dele não sai da minha cabeça”, disse a mulher. “Estou querendo esquecer tudo isso.”

Trabalhando há 20 anos limpando casas, ela disse que é ‘forte’ e irá superar o trauma do que ocorreu para voltar a andar de ônibus. Casada e com filho, a empregada lembra das origens no Ceará. “Sempre batalhei. Sei que sou forte e vou conseguir. Me conheço. Não vai demorar muito para eu voltar a andar de ônibus”.

Na última terça-feira (29), também em um ônibus na Paulista, Diego chegou a ejacular sobre uma outra mulher. Na quarta-feira (30), no entanto, o juiz José Eugenio do Amaral Souza Neto entendeu não ter havido constrangimento ou violência contra a vítima e decidiu deixá-lo em liberdade. Neste domingo, após novo abuso no sábado, o juiz Rodrigo Marzola Colombini entendeu que ele cometeu mesmo o estupro e manteve a prisão.

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