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mORTE DE DOM JOSÉ MARIA PIRES

Arcebispo foi defensor dos direitos humanos

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publicado em 28/08/2017 às 16h01
atualizado em 28/08/2017 às 13h09

Uma vida pautada pela defesa dos direitos humanos. Assim é lembrado o arcebispo emérito da Paraíba, Dom José Maria Pires, conhecido carinhosamente por Dom Pelé. Autoridades lamentaram o falecimento do religioso e destacaram seu papel em defesa dos menos favorecidos.

O corpo do arcebispo emérito está sendo velado em Campina Grande e deve chegar a João Pessoa na madrugada desta terça-feira (29), onde será sepultado.

Sua atuação na época da Ditadura Militar, quando desenvolveu um trabalho pautado na conjunção da atividade religiosa com a defesa dos direitos humanos, com vistas à mudança social é destaque na sua trajetória.

Dom Pelé também teve papel fundamental nos conflitos pela terra na Paraíba, defendendo camponeses de perseguições. Ele lutou contra a discriminação e o racismo, incentivando a organização e a luta dos afro-brasileiros.

Autoridades lamentam morte do religioso

O Governo do Estado e as Prefeituras de João Pessoa e Campina Grande emitiram nota de pesar e decretaram luto pela morte de Dom José Maria Pires.

O governador Ricardo Coutinho destacou, através de nota, destacou que a igreja perdeu um grande pastor e a Paraíba um filho querido. “Dom José descansa nos braços do pai e a sua lembrança ficará eternizada na memória do trabalhos paraibanos”, afirmou.

O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, destacou a figura humana, digna, altiva, corajosa e ao mesmo tempo afável e quase angelical de Dom José, que soube elevar a voz em protesto, quando necessário, e moderar conflitos para preservar vidas. “Como verdadeiro profeta, pregou, com vigor, os mais transcendentes ensinamentos do Cristo em solo paraibano, deixando indelével sentimento de saudade”, disse em nota.

Romero Rodrigues, prefeito de Campina Grande, descreveu Dom José Maria Pires como uma referência especial na Paraíba durante o regime militar, assumindo uma postura de coragem cívica e sensatez espiritual, transformando as Comunidades Eclesiais de Base (CEB) no Estado em instrumentos de justiça social e fortalecimento da cidadania.

“Especialmente a comunidade católica paraibana sente-se órfã com o desaparecimento de um líder religioso que levou ao extremo sua vocação catequista, durante 70 anos de sacerdócio, com dedicação a Deus e aos mais carentes”, resumiu Romero.

O senador Cássio Cunha Lima lembrou que Dom José Maria Pires foi uma voz que jamais se calou durante a ditadura e que o mundo fica um pouco mais pobre sem o Dom Pelé.

“Nunca coonestou com o autoritarismo, sempre se insurgiu contra a injustiça, lutou pela igualdade, pelo respeito, contra o preconceito  e nunca desamparou aqueles que sofrem, dedicando-se, durante os seus 98 anos de vida, ao exercício do amor de Deus e aos princípios que Cristo nos ensinou. Culto, afável, humilde, sábio, o mundo fica um pouco mais pobre sem ‘Dom Pelé´” pontuou Cunha Lima.

Assembleia Legislativa e Câmara Municipal de João Pessoa emitem nota

A Mesa Diretora da  Câmara Municipal de João Pessoa afirma que Dom José Maria Pire ensinou sobre o quanto a tolerância religiosa é importante em um mundo tão dividido. “A Casa Napoleão Laureano se solidariza com a família enlutada e toda a Arquidiocese da Paraíba neste momento de dor e consternação, desejando que o exemplo de Dom José Maria Pires e seu legado sirvam de consolo diante de sua partida”, diz a nota.

Já a Assembleia Legislativa externou consternação e profundo pesar pela morte de Dom Pelé. “Perdemos um homem de luz, que lutou pela justiça e igualdade social com bravura e coragem. Seu legado ficará marcado para sempre em nossa memória.”,  lamentou o presidente Gervásio Maia.

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