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QUEDA DO AVIÃO

Empresa que achou pista sobre rota do MH-370 usou tecnologia inédita

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publicado em 25/03/2014 às 09h29

A empresa de tecnologia de satélite Inmarsat disse ter confirmado o que muitas pessoas no mundo temiam — que o voo MH-370 da Malaysia Airways caiu mesmo no sul do oceano Índico, ao sudoeste da Austrália.

A empresa britânica Inmarsat, uma das maiores operadores de satélites do mundo, estava recebendo ‘pings’ (pequenos sinais de dados) por hora emitidos por equipamentos a bordo do avião. Esses ‘pings’ continuaram sendo emitidos por cinco horas depois que a aeronave deixou o espaço aéreo da Malásia.

Inicialmente, os ‘pings’ — que na prática funcionam como um recado de que todos os equipamentos estão ligados — revelaram duas possíveis rotas tomadas pelo avião: uma pelo norte e outra pelo sul.

A rota pelo norte parecia pouco provável porque teria sido feita em direção a países que possuem sofisticados mecanismos de defesa aérea. O avião dificilmente conseguiria evitar ser detectado.

A Inmarsat, que está colaborando com as investigações, passou o final de semana revisando todos os dados do MH-370, e diz estar confiante de que o voo tomou a rota pelo sul.

A empresa examinou a frequência das transmissões de ‘ping’ e as diferenças em relação a outros voos Boeing 777 da Malaysia Airlines.

Isso permitiu que os engenheiros construíssem um modelo de como essa frequência se altera enquanto o avião está em movimento.

Este é o famoso efeito Doppler — que busca ‘esticar’ ou ‘comprimir’ ondas de rádio que são emitidas por objetos em movimento. Com um carro de polícia em movimento, por exemplo, é possível perceber que o som da sirene varia.

Este tipo de análise é uma tecnologia de ponta que nunca foi usada antes.

O problema é que ainda assim não há indicação concreta da localização precisa da aeronave. Também há vários outros pontos de interrogação, como a altura, a velocidade e a quantidade de combustível.

A única conclusão possível é que o avião estava indo em uma direção agora conhecida.

Mas só este dado já é suficiente para confirmar os piores medos dos familiares dos passageiros, pois revela que o avião estava se distanciando de qualquer local onde seria possível aterrissar. A única conclusão possível é de que ele acabou mergulhando no oceano.

‘Palheiro’ certo

O vice-presidente da Inmarsat, Chris McLaughlin, disse à BBC que esta análise fez com que a empresa explorasse possibilidades nunca antes testadas. Seus engenheiros ainda estão analisando os dados, mas ele diz que há poucas esperanças de chegar a novas conclusões com base neles.

Nesta terça-feira (25), a entidade britânica que investiga acidentes aéreos — e que trabalhou com a Inmarsat — prometeu revelar mais detalhes sobre a análise.

Pelos menos agora, as missões de busca podem saber que estão procurando ‘uma agulha no palheiro certo’ — mesmo que a área vasculhada ainda seja imensa.

As buscas entram agora em uma fase de urgência. As baterias das caixas-pretas dos aviões duram apenas 30 ou 40 dias — o que significa que elas emitirão ‘pings’ por um tempo limitado. As equipes de busca precisam pelo menos se aproximar dos destroços do avião para conseguir captar esses sinais.

Os dados das caixas-pretas são preservados por um bom tempo e não serão perdidos, mesmo no caso de o avião só ser encontrado daqui a muitos anos.

Outra dificuldade é que esta região — a 2,4 mil km da cidade de Perth, na costa da Austrália — é muito pouco mapeada, devido ao pouco interesse que existe nela.

‘Não temos muitos interesses em colocar recursos para mapear o leito do mar ali. Nós provavelmente possuímos mapas melhores da superfície da Lua do que desta parte do mar’, disse Simon Boxall, oceanógrafo da universidade de Southampton.

BBC

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