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Crise na Fronteira

Rússia anuncia início da retirada de tropas ucranianas da Crimeia

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publicado em 26/03/2014 às 09h26

O chefe do Estado-Maior da Rússia, Valeri Gerasimov, anunciou que os militares ucranianos alocados na Crimeia começarão a deixar a península nesta quarta-feira (26) e o farão em um trem, sem seus armamentos e equipamentos.

"Em virtude de um acordo entre os ministérios da Defesa da Rússia e da Ucrânia, os efetivos das Forças Armadas da Ucrânia e membros de suas famílias sairão da Crimeia em transporte ferroviário", disse o general russo.

Gerasimov esclareceu que "todos os militares que manifestaram seu desejo de continuar a servir nas Forças Armadas ucranianas estão fora de suas unidades, depois que entregaram suas armas, e se preparam para deixar a Crimeia junto com suas famílias e pertences pessoais".

A Ucrânia, que ordenou a retirada de suas tropas da Crimeia há dois dias, quando já tinha perdido praticamente todas as suas unidades e navios na península, negociou até o último momento a possibilidade de sair com seus armamentos, veículos e equipamentos.

A vice-secretária do Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia, Victoria Siumar, explicou na terça-feira (25) que os efetivos da Marinha serão recuados até o porto de Odessa, com destino à região de Kherson, enquanto o restante dos militares continuará o serviço nas regiões de fronteira.

O ex-ministro da Defesa ucraniano, Igor Teniukh, disse na terça-feira, antes de apresentar sua renúncia, que os 4 mil soldados do país (de um total de quase 19 mil) que desejam continuar a serviço da pátria deixariam a Crimeia com todo o seu equipamento.

Após um fim de semana dramático para as Forças Armadas ucranianas, que perdeu todos os seus navios, armamentos e equipamentos na Crimeia, as 203 unidades do país na península já hastearam a bandeira russa e quase 80% dos soldados ucranianos mudaram de lado, colocando-se às ordens da Rússia, ou abandonaram o Exército.

A maior parte dos destacamentos, bases e navios de guerra que se mantiveram leais a Kiev foram invadidos e tomados pelas forças russas desde o último sábado (22), em meio a uma absoluta inoperância da cúpula militar e política da Ucrânia, denunciada como negligente por muitos oficiais ucranianos.

Pelo menos cinco oficiais ucranianos, entre eles o general Igor Voronchenk, comandante-adjunto da Marinha para a defesa do litoral, foram detidos pelas autoridades da Crimeia por oferecerem resistência aos russos.

G1

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