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José Gonzaga Sobrinho, mais conhecido como Deca do Atacadão é um empresário e político brasileiro, atualmente é senador da República e filiado ao PSDB.
Foi eleito em 2010, ao lado senador Cássio Cunha Lima (PSDB) como primeiro-suplente.
Em setembro de 2016, após o pedido de licença do titular, o senador Deca tomou posse no Senado Federal.

A força da agricultura familiar nos sertões

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publicado em 03/03/2017 às 11h26
atualizado em 03/03/2017 às 08h27

“Nesta terra, em se plantando, de tudo dá!” – trecho da carta de Pero Vaz ao rei Dom Manuel de Portugal

Quem nasceu em berço não muito esplêndido – assim como eu e milhões de brasileiros – sabe da importância da agricultura familiar.

Em muitos lares do País, ela continua fazendo a diferença entre a fome e a presença do alimento na mesa – exatamente como fez na mesa da minha família, que dependia quase exclusivamente do que a terra generosamente ofertava, mesmo maltratada pelos ciclos constantes de seca.

Nesta terra em que se plantando de tu dá – conforme relatou Pero Vaz à corte portuguesa ao aportar no “novo mundo” – os pequenos plantios, essencialmente concentrados nas culturas de subsistência, nutriu (e continua a nutrir) gerações inteiras de brasileiros.

Certamente é responsável pela nutrição – corpo e alma – dos sonhos que arranquei da terra que alimenta a fé e a esperança do sertanejo.

Obviamente, naquele tempo não tínhamos a percepção ampla do impacto social que a agricultura familiar produzia e ainda segue produzindo no País.

O termo, cunhado somente em 1990, deu início a um conjunto de ações que alteraria a dinâmica social do setor rural, culminando seis anos depois na criação do Pronaf, o programa nacional de fortalecimento da agricultura familiar – provendo crédito e apoio institucional a milhões de brasileiros que, historicamente, sempre foram alijados das políticas públicas.

A valorização da agricultura familiar também realimentou o interesse nacional em relação ao setor rural, viabilizando uma série de pesquisas científicas e sociais focadas na sustentabilidade dos campos do País.

Sem esse olhar para o pequeno agricultor, certamente teríamos metrópoles ainda mais inchadas de gente a procura de trabalho e de alimento. E não teríamos conquistado, enquanto nação, papel tão estratégico dentro do mercado internacional de commodities.

Costuma-se dizer que a agricultura familiar alimenta os brasileiros. E a intensiva, movida a alta tecnologia, alimenta o mundo – o que dá ao Brasil, com justiça, o título de celeiro do planeta.

Chegou a vez dos sertões esturricados do Nordeste também se inserirem nesse ciclo virtuoso – uma possibilidade concretamente acenada a partir da oferta da água perene da transposição.

Com nossos sonhos devidamente irrigados, vamos mostrar ao Brasil a verdade contida na sentença inquestionável, que atesta:

O sertanejo é sobretudo um forte!

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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