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A crise também atinge o transporte

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publicado em 21/12/2015 às 15h06

É impressionante como se avalia incorretamente o lado empresarial do transporte coletivo, principalmente o urbano (municipal).

Toda outra atividade econômica é, por qualquer pessoa, avaliada até com certa positiva admiração, como a elogiar-se que, por exemplo, alguém que começou com um fiteirozinho, aumentou esse fiteiro e o transformou em mercearia, depois em supermercado, tempos após em vários estabelecimentos diversificados etc etc Sobre essa evolução é comum sair-se com frase tipo “Que cara trabalhador, competente, responsável, dedicado e empreendedor… e merecedor do lugar em que chegou!…”.

Mas, em relação ao transporte coletivo “Ave Maria!”. Empresário desse setor raramente é visto como aqueles outros (“Que cara trabalhador, responsável, dedicado e empreendedor”). Só se o ver como aquele “empresário que ganha dinheiro fácil” e que “ficou rico”.

Há uma espécie de preconceito (não se gostar) em relação ao empresariado do setor de transporte coletivo. Observe-se que mesmo em uma conjuntura econômica de crise como a atual, todos os aumentos de preços parecem ser encarados como normais, até os aumentos dos combustíveis que tanto pesam nos custos dos transportes. Entretanto, reclamação efetiva mesma, tipo “boca no trombone”, só quando há reajuste na tarifa dos ônibus! E com essa “boca no trombone” logo a alguém para insinuar que o reajuste seria desnecessário.

Para ilustrar esta situação, reportamo-nos a um portal local que recentemente veiculou um vídeo alusivo à passagem, agora em dezembro, do 10º aniversário de sua existência. Fez uma espécie de retrospectiva jornalística deste período. Sobre aumento de preços, só se reportou ao da tarifa dos ônibus de João Pessoa cometendo o lapso de que em dezembro de 2005 a passagem fosse R$ 1,30 e passou para R$ 2,70.

Em dezembro de 2005 a passagem custava R$ 1,45, portando a variação foi de R$ 1,25 (86,2%, parecida com a inflação medida pelo IGP-M que foi de 83,2%). E não mencionou que os motoristas tinham remuneração de R$ 1,016,00 e passaram para 2.215,00 na soma de salário e tíquete alimentação, correspondendo, nesse mesmo período, de dezembro de 2005 a este dezembro de 2015, a um aumento  (de custo) de 118%. Aumento de custo só no item de “remuneração de pessoal” – é bom repetir!

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