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Para 84% dos cargos, salário sobe abaixo da inflação em 2015

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publicado em 10/12/2015 às 11h27

Os gerentes foram os profissionais mais afetados pela crise econômica no país e tiveram uma retração salarial de 23% este ano, aponta pesquisa da Love Mondays, comunidade de carreiras do país onde funcionários declaram seus salários e satisfação com o seu local de trabalho.

Segundo o levantamento, 21 de 25 cargos, ou 84% do total, analisados tiveram aumento de remuneração inferior à inflação média do país, que ficou em 9,57% no acumulado do ano, até 2 de dezembro, segundo o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) calculado pela FGV.

Os salários de supervisores (-11%), professores (-9%), operador de caixa (-9%) e consultores (-6%) também registraram quedas acentuadas. Na média geral, os salários registram elevação de 0,57% no ano.

“O caso dos gerentes é o mais emblemático para exemplificação de como a crise tem afetado o mercado de trabalho. É possível que a posição venha sendo afetada pela substituição, ou seja, os profissionais atuais são substituídos por outros que estão disponíveis no mercado e aceitam uma remuneração menos competitiva”, explica a CEO da Love Mondays, Luciana Caletti.

Dos quatro cargos que registraram alta superior ao índice de inflação, nenhum exige formação universitária completas: atendente (11%); assistente (12%); técnico (13%) e motorista (15%).

“São profissões em que a remuneração tem um piso menor e que se caracterizam por apresentar um nível de turnover muito alto. Essa realidade faz com que as empresas invistam em uma remuneração mais atrativa para buscar bons profissionais”, analisa a executiva.

O levantamento foi feito a partir de 11.909 salários declarados por profissionais no site em 2014, em comparação com 49.405 salários declarados em 2015. Quando o profissional declara seu salário, ele também relata o setor e a cidade onde trabalha, bem como o ano em que recebeu tal remuneração.

Veja os 10 cargos que tiveram maior queda salarial de 2014 para 2015:
1) Gerente (- 23%): R$ 8.485,17 para R$ 6.528,05
2) Supervisor (-11%): R$ 4.230,10 para R$ 3.763,61
3) Professor (-9%): R$ 3.671,17 para R$ 3.355,77
4) Operador de caixa (-9%): R$ 1.569,33 para R$ 1.435,82
5) Consultor (-6%): R$ 5.066,86 para R$ 4.766,87
6) Analista júnior (-4%): R$ 3.089,23 para R$ 2.966,71
7) Gerente comercial (-3%): R$ 6.107,50 para R$ 5.905,33
8) Assistente administrativo (-2%): R$ 1.856,16 para R$ 1.810,03
9) Estagiário (-1%): R$ 1.284,10 para R$ 1.273,82
10) Recepcionista (0%): R$ 1.153,76 para R$ 1.149,70

Setores
O setor de serviços foi o que registrou a maior perda salarial do ano, ficando na casa de -8%. Se o segmento pagava um salário médio de R$ 2.637,73 em 2014, atualmente o salário médio registrado é de R$ 2.433,36. Os rendimentos dos profissionais da indústria têxtil também apresentaram queda de – 8%, atingindo a média de R$ 2.203,68 contra R$ 2.385,18 no ano passado.

Os setores que apresentaram rendimentos médios inferiores significativos este ano são: TI & telecom (-5%), eletrônico (-3%) e papel e celulose (-2%). Apenas dois setores mantiveram salários médios estagnados este ano: consultoria & contabilidade e educação, com R$ 3.636.58 e R$ 2.940,80, respectivamente.

“O ano de 2015 vem sendo um ano bastante difícil para a maioria, porém, alguns setores sentem de forma mais acentuada os impactos da crise. Muitos promoveram redução no quadro de funcionários ou substituíram profissionais por outros que aceitavam remuneração inferior”, afirma Caletti.

Em alta
Dos 13 setores que concederam reajuste salarial acima da inflação o destaque fica para o setor de atacado que passou de uma remuneração média de R$ 1.346,06 para R$ 1,749,99, o que representa um aumento de 33%.

A segunda posição é ocupada pelo setor de água e departamento, que registrou aumento na remuneração média de 30%, passando de uma remuneração média em 2014 de R$ 2.696,83 para R$3.499,54. Bens de consumo (+25%), metalurgia e mineração (+24%), agropecuária (+22%), manufatura industrial (+ 20%) também chamam atenção.

G1

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