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Cunha diz que não é ‘vilão das contas públicas’ e culpa governo por derrotas

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publicado em 09/08/2015 às 18h37
Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou neste domingo (9) não ser responsável pelas derrotas que o governo vem sofrendo na Casa. Pelo Twitter, ele disse que “não é dono da Câmara nem dos votos dos deputados” e apontou uma “situação de fragilidade” do governo. Numa sequência de mensagens, ele rechaçou ser um “vilão das contas públicas”.

“Não cabe a mim constituir a maioria que o governo não tem para vencer votações no plenário da Câmara […] Sem reagrupar a sua base e constituir uma maioria sólida, o governo continuará com problemas e sofrendo derrotas […] É preciso parar com essa fantasia de que sou responsável pelo resultado das votações, como se eu fosse capaz de convencer a todos”, escreveu.
Cunha rompeu oficialmente com o governo em julho e passou para a oposição ao vir à tona a denúncia feita por Júlio Camargo, um dos delatores da Operação Lava Jato, de que o peemedebista teria recebido uma propina de U$ 5 milhões. Cunha nega e atribui a acusação a uma articulação entre o Palácio do Planalto e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para incriminá-lo.
Nesta semana, o governo sofreu uma derrota na Câmara com a aprovação, em primeiro turno, do texto principal de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que vincula salários de advogados da União, delegados e procuradores a 90,25% do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

O Ministério do Planejamento calcula um impacto de R$ 2,4 bilhões por ano nas contas públicas, o que contraria o esforço de economia do Executivo para reequilibrar as contas públicas. A aprovação, contudo, ocorreu com 445 votos favoráveis, 16 contrários e 6 abstenções.

Em sua conta no Twitter, Cunha publicou o link de um texto em que explica como tentou, sem sucesso, articular um acordo com o governo sobre a matéria. Depois, voltou a rebater críticas sobre sua atuação.

“A tentativa de alguns de me colocar como vilão das contas públicas por retaliação ao governo não tem amparo na realidade dos fatos. Sei bem os riscos que sinais equivocados podem causar na avaliação do grau de investimento do país e não compactuo com isso”, escreveu.

Outra derrota do governo durante a semana foi a criação de uma CPI para analisar empréstimos do BNDES, além da exclusão do PT no comando das investigações.

Cunha também rebateu críticas a ele sobre o episódio, dizendo que as CPIs são “regimentais” e que “funcionam 5 simultâneas e na ordem de protocolo”. “Não fui eu quem protocolei as CPIs. Se a vez eram dessas CPIs, o que me restava fazer a não ser cumprir a minha obrigação [?]”, escreveu.

Por último, o deputado comentou a aprovação de contas passadas de gestões dos ex-presidentes Itamar Franco, Fernando Henrique Cardozo e Luiz Inácio Lula da Silva. Críticos apontam que o objetivo de Cunha ao pautar as matérias é limpar a pauta para votar as contas de Dilma Rousseff do ano passado, sob risco de rejeição pelo Tribunal de Contas da União.

“Votamos 4 contas, sendo uma delas votada antes no Senado e confirmada pela Câmara. As outras 3, por despacho do presidente do Congresso, são votadas inicialmente na Câmara e foram para o Senado. O Senado tem 5 contas lá para votar, pelo mesmo critério”, escreveu.

“É preciso parar de especular e se tratar as coisas com mais seriedade”, concluiu o deputado.

G1

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