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Médico é indiciado por morte de empresária

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publicado em 13/09/2016 às 15h19
atualizado em 13/09/2016 às 12h22

A Polícia Civil concluiu nesta terça-feira (13) o inquérito sobre a morte da empresária Érica Regina Silvério de Mesquita, de 34 anos, que morreu durante uma lipoaspiração, em Goiânia. Segundo a investigação, ela teve o fígado perfurado, o que causou uma hemorragia. O médico Jacsymon Fonseca Magalhães, que fez o procedimento e está com o registro profissional suspenso, foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

“Os laudos do IML [Instituto Médico Legal] foram claros e apontam um erro médico grosseiro. A paciente sofreu uma perfuração no fígado e morreu quando ainda estava na sala de cirurgia. O médico bate na tecla que ela teve uma embolia pulmonar, porém, não há dúvidas sobre o resultado da perícia. A vítima tinha várias ‘piscinas’ de sangue no abdômen, provocadas pela perfuração do fígado”, explicou o delegado responsável pelo caso, Isaías Pinheiro.

O delegado ressaltou que o inquérito já conta com todos os laudos com as causas da morte da empresária. De acordo com o investigador, o médico foi “imprudente”, pois não tem especialização para fazer esse tipo de cirurgia.

“Ele é um médico do trabalho e alega que tinha especialização como cirurgião geral. Mas de qualquer forma isso não dava direito a ele de atuar como cirurgião plástico. Ele agiu com muita imprudência e, segundo os depoimentos colhidos na investigação, chegou a fazer mais de 4 mil lipoaspirações”, ressaltou.

O G1 entrou em contato por telefone com o escritório da advogada do médico, Palova Amisses, que fica em Belo Horizonte (MG), por volta das 11h20 desta terça-feira. No entanto, a secretária informou que a defensora não estava no local para comentar o assunto.

A empresária Érica Regina morreu no dia 12 de novembro do ano passado, no Hospital Jacob Facuri, no Setor Central. Na época, a família dela, que mora em Taguatinga, no Distrito Federal, denunciou o caso à polícia.

Registro suspenso

Logo depois, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) confirmou que Jacsymon Fonseca Magalhães era registrado como médico do trabalho, portanto, não poderia ter feito a lipoaspiração. Na época, o órgão suspendeu o registro do profissional por 180 dias, prazo que se encerrou em maio deste ano. No entanto, essa suspensão foi prorrogada até o dia 1º de dezembro deste ano.

Em nota enviada ao G1 nesta terça-feira, o Cremego ressaltou que Jacsymon “está impedido de exercer a medicina até dezembro de 2016, quando o processo instaurado contra ele, que tramita em sigilo, deve ser concluído em todas as instâncias administrativas”.

Negligência

Na época em que a empresária morreu, o irmão da vítima, que não quis se identificar, disse que ela foi criteriosa na escolha do local onde faria o procedimento e acreditava que houve negligência médica.

“Ela achava que em uma clínica ela poderia correr risco de vida, caso acontecesse um problema igual ao que aconteceu com ela. Ela escolheu um hospital e perdeu a vida dentro do hospital”, desabafou, na ocasião.

Globo

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