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Brexit

Itália, França e Alemanha se opõem a negociação informal com Reino Unido

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publicado em 27/06/2016 às 16h47

Alemanha, França e Itália são contra a abertura das negociações pós-Brexit com Londres antes que o Reino Unido formalize o seu pedido de saída da União Europeia, declarou nesta segunda-feira (27) a chanceler alemã, Angela Merkel, após se reunir com os líderes desses dois países.

“Estamos de acordo sobre isso, não haverá discussões formais ou informais sobre a saída da Grã-Bretanha da UE enquanto não houver pedido de saída da UE ao Conselho Europeu”, declarou em Berlim ao lado do presidente francês François Hollande e do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.

Os três países líderes da UE também querem propor aos outros membros da UE que deem um novo impulso ao projeto europeu em vários âmbitos, segundo declarou Merkel.

“Vamos apresentar uma proposta a nossos colegas para dar um novo impulso ao projeto europeu em diferentes âmbitos nos próximos meses”, declarou.

A chanceler ressaltou que alguns avanços eram analisados nas áreas “da defesa, crescimento, emprego e competitividade”.

Já o presidente Hollande considerou que o bloco “não deve perder tempo” para responder aos desafios impostos pela Brexit.

Em uma declaração comum, os três dirigentes determinaram “três prioridades essenciais”: a “segurança interna e externa”, com foco na luta contra o terrorismo, o desenvolvimento da defesa europeia e a vigilância das fronteiras externas da Europa, “uma economia forte e uma coesão social forte”.

No domínio econômico, a declaração fala, para os países da zona do euro, de uma maior convergência, “principalmente nas áreas social e fiscal”, onde muitos governos são muito afeitos as suas prerrogativas nacionais.

Esta proposta deve começar a ser discutida na quarta-feira durante uma cúpula dos chefes de Estado e de Governo da UE em Bruxelas sobre o Brexit, antes de um encontro especial dos 27 em setembro sobre um acordo “a respeito de projetos concretos a serem realizados na Europa nos seis próximos meses”.

Reino Unido perde nota máxima da S&P
Nesta segunda-feira, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) cortou em dois níveis a nota de crédito (rating) do Reino Unido, citando como motivo as incertezas geradas pelo referendo que decidiu pela saída do bloco econômico da União Europeia (Brexit).

O rating soberano do Reino Unido perdeu a nota máxima “AAA” na escala da agência, e passou a ser avaliado como “AA” com perspectiva negativa. A nota em moeda local de longo prazo também foi rebaixada, assim como os demais ratings.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, fez também nesta segunda-feira seu 1º pronunciamento ante o Parlamento desde o histórico referendo da Brexit. Segundo ele, apesar de sua decisão de abandonar a União Europeia, o Reino Unido não deve dar as costas à Europa nem ao resto do mundo.

“O Reino Unido está disposto a abandonar a União Europeia, mas não devemos dar as costas à Europa nem ao resto do mundo”, afirmou Cameron. Segundo ele, é necessário determinar que “tipo de relação queremos com a UE”.

“Não retiro nada que tenha dito há dias. Vai ser difícil”, explicou Cameron, que convocou o referendo e fez campanha pela permanência na UE, o que o levou a anunciar sua renúncia do cargo.

Sinal de que o resultado está sendo mal digerido por parte dos britânicos, especialmente entre os jovens, uma petição exigindo a organização de um segundo referendo ultrapassava nesta segunda-feira os 3,7 milhões de signatários, segundo a France Presse. Já a primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, disse que o Parlamento escocês poderia tentar bloquear a Brexit. Ela também considerou que era “muito provável” um novo referendo sobre a independência do seu país.

G1

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