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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Paredão

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publicado em 04/03/2015 às 09h36
atualizado em 04/03/2015 às 06h41

Vivendo em céu azul por dois anos, o prefeito Luciano Cartaxo deve se preparar para enfrentar tempestades. O recado ontem da Câmara Municipal foi claro. Acabou a trégua e a gestão municipal passará a conviver com um Legislativo menos agachado ao Executivo, postura predominante nesses 24 meses de governo.

Por trás da convocação da secretária de Educação, Edilma Ferreira, o aviso sutil. A ‘intimação’ jamais seria possível apenas pelo esforço do vereador Raoni Mendes, voz praticamente isolada na oposição. Para lograr êxito, contou com o aval e referendo dos parlamentares governistas.

E a base aliada do prefeito não endossaria um requerimento logo de Raoni, desafeto político de Cartaxo, se não fosse para extravasar uma insatisfação latente dos bastidores. Ainda mais quando o requerimento levanta, nas entrelinhas, suspeitas de irregularidades em gastos na Educação.

Quando comparecer à Câmara, a secretária ficará exposta a toda sorte de questionamentos dos vereadores. Aliás, nesse caso, a gestão do prefeito sai da zona de proteção e vai direto ao paredão. Mesmo que nada tenha a temer, viverá um dia de exposição negativa, coisa que a imagem de Cartaxo ainda não experimentou.

A característica de motim está cristalina. Dos seis vereadores contrários à convocação, três são suplentes, ou seja, precisam da articulação governista para sobrevivência na Casa. Os demais, quase todos, fizeram côro à sugestão de Raoni. Ainda por cima, o líder do governo nem apareceu na sessão.

           

O núcleo político do prefeito não tem dúvidas das motivações. A origem estaria no corte de espaços na administração. Constatação, porém, difícil de assumir publicamente. Por uma razão: acusar os vereadores de retaliação é, também, admitir excessos patrocinados pelo próprio governo para garantir maioria política. Uma confissão de culpa. O que seria pouco inteligente.

Previsão de…

Os trovões para cima de Cartaxo tendem a aumentar à medida da aproximação do ano eleitoral e da consolidação da inevitável decisão do PSB entrar na disputa em 2016.

…Nuvens

Até aqui, Luciano estava imune aos dissabores políticos pela ausência de perspectiva de enfrentamento à altura. Com o PSB, do governador, na parada, a coisa muda de figura.

Diplomacia na crise

Experiente, o secretário de Articulação, Adalberto Fulgêncio (PT), foge do confronto com a Câmara. Indagado sobre a saia justa da convocação, optou pelo caminho diplomático. Tratou a ‘intimação’ como algo normal, falando em respeito à autonomia do Legislativo e ressaltando a boa convivência com os vereadores.

Faz falta

De atestado médico, o vereador Bira Pereira, qualificado quadro do PT, é ausência muito sentida na bancada em defesa da gestão petista na Câmara da Capital.

Homilia

O deputado Frei Anastácio (PT) está orando pelo despertar do seu partido. Para o frade, Cartaxo só se reelege se conseguir juntar os cacos do PT. “Está esfacelado”, adverte.

Antídoto

“Não vamos deixar criar uma cortina de fumaça pra não investigar”, advertiu o presidente da CPI da Petrobrás, Hugo Mota, sobre a tese de golpe, do governo.

Dor de cabeça

Hugo oficializou a criação de quatro sub-relatorias, com direito a indicação da oposição. Na prática, tira o sono do governo, que tem o escudo do relator Luiz Sérgio (PT).

Limbo

“Se o regime fosse parlamentarista, o governo já tinha caído, porque perdeu a confiança”. Frase do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

Trisca

No debate com o colega Benílton Lucena (PT) sobre o transporte público, o vereador João Almeida (SDD) tascou: “O senhor nunca votou contra esses empresários”.

Acordo

Os líderes, Hervázio Bezerra (PSB), do governo, e Renato Gadelha (PSC), da oposição, caminham para o consenso na convocação do secretário de Segurança, Cláudio Lima.

 

Desenterrando

Dois pernambucanos mortos, Eduardo Campos e Sérgio Guerra, foram acusados pelo doleiro Alberto Youssef de receber propinas das obras da refinaria de Abreu e Lima.

 

Paternidade

Os socialistas Ricardo Barbosa e Jeová Campos disputam a autoria da idéia da Frente Parlamentar da Água. Barbosa jura que levantou o tema. Jeová surfa na correnteza.

Assembleia

Diretores da Associação Paraibana de Licenciatura Plena começaram a percorrer escolas. Os professores se mobilizam para a paralisação estadual, dia 31 deste mês.

PINGO QUENTE

“É uma obra casca de ovo”.

Da reitora Margareth Formiga sobre o Centro de Convenções da UFPB, obra restrita à embalagem, mas sem gema, ou conteúdo interno.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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