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‘Fantasmas’ voltam a atacar com ‘super público’ na PB

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publicado em 05/02/2016 às 22h47
atualizado em 03/02/2017 às 15h07
Arquibancadas quase vazias e arrecadação alta (Foto: Ascom Botafogo)

Arquibancadas quase vazias e arrecadação alta. Pode parecer uma combinação pouco provável, mas é uma prática recorrente nos estádios de futebol da Paraíba quando o campeonato Estadual está em andamento. A prática denominada de “público fantasma” está relacionada ao programa governamental Gol de Placa. Na segunda rodada, por exemplo, no duelo entre Botafogo-PB x Santa Cruz de Santa Rita, no estádio Almeidão, o borderô registrou, inclusive, um público acima do permitido pela Comissão Permanente de Combate e Prevenção à Violência nos Estádios, que limitou a capacidade da praça esportiva para 9 mil torcedores depois de vistoriar o Almeidão. O inusitado é justamente o fato das arquibancadas estarem praticamente vazias. Mas há uma justificativa: após o programa ser reformulado no inicio de 2014, o Governo do Estado possibilita que os clubes arrecadem com o Gol de Placa através da troca de ingressos por notas fiscais de R$ 50 ou de R$ 10 (aos beneficiados pelo programa Bolsa Família). A reforma no programa consiste em resgatar o torcedor paraibano aos estádios e cada clube tem uma carga para arrecadar com as trocas dos cupons. Na prática, no entanto, o mecanismo tem sido outro. Torcedores apenas no borderô.   Publicos arte“Houve um equívoco na divulgação porque o pessoal que está cuidando não é acostumado. Não são as mesmas pessoas de anos anteriores. Sei que houveram problemas, falta de comunicação das pessoas que estão cuidando do Gol de Placa, das vendas que acontecem no estádio. Somaram algumas coisas que não eram para somar relacionadas ao público”, explicou o vice-presidente do Belo, Breno Morais. “Pode ter sido erro de numerologia ou erro de publicação, erro no sistema… Não sei te dizer. Mas não houve o erro de colocar mais publico do que o permitido”, minimizou Breno em contato com o Portal MaisPB. No ano passado, outros clubes se aproveitaram da falta de fiscalização da coordenação do programa. O Santa Cruz de Santa Rita, por exemplo, chegou a anunciar públicos superiores a capacidade do estádio Teixeirão. Contra o Campinense, em março de 2015, o tricolor canavieiro divulgou um público de 5.996 presentes, sendo a limitação da praça esportiva de 1.400 pessoas.

Irregularidades apontadas. Mas nenhuma fiscalização, por enquanto

Alertado pela reportagem sobre os públicos fantasmas, o coordenador do programa Gol Placa, Antônio Fernando, o Mineiro, não soube explicar sobre as denúncias relatadas. “Não sei responder. Você teria que falar com o secretário (de Juventude, Esportes e Lazer, Tibério Limeira)”, limitou-se. Já a organizadora da competição, a Federação Paraibana de Futebol, através de seu presidente Amadeu Rodrigues, atribuiu as irregularidades aos clubes e ao Governo do Estado, responsável pelo programa. “Isso não é comigo. É com os clubes. Eu não emito ingressos. Isso é problema dos clubes e do Governo do Estado. Já tive problemas demais com os estádios”, disse. “Você pode denunciar. O estatuto é bem claro. Não vou prejudicar meus clubes, vou acabar com o futebol? Você vai perder seu emprego, outras pessoas também vão perder. Eu não me meto. Só me meto no que me compete. Gol de Placa? Não sei nem como é”, concluiu. A reportagem também tentou contato com o coordenador da Comissão Permanente de Combate e Prevenção à Violência nos Estádios e Procurador de Justiça, Valberto Lira, mas não obteve sucesso.

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Borderô de Botafogo-PB x Santa Cruz de Santa Rita (Foto: Reprodução/FPF)

MaisPB Maurílio Júnior   

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