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Gays no armário… e no caixão

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publicado em 14/12/2015 às 13h34

Os crimes de ódio apresentam-se em plenitude menos em sua execução e mais em sua impunidade. A falta de punição é o principal elemento catalisador da homofobia, por exemplo. Através do gesto. Através da fala. Através das atitudes veladas. Um criminoso homofóbico sente-se fortalecido e ainda mais certo de suas convicções quando não sofre as sanções da justiça e não é sequer cobrado pela sociedade.

Neste final de semana faz exatamente um ano que perdemos o ator e diretor Marcos Pinto, assassinado aos 41 anos de idade, dentro de casa, em João Pessoa. Morreu porque homofóbicos acreditam na impunidade. Morreu porque a sociedade não está nem aí para os gays. Há um processo de invisibilidade… Faz um ano que Marcos Pinto, o ator, morreu. E ninguém tem notícias da prisão do assassino.

Os gays vão parar nos caixões porque a sociedade os quer nos armários. Almas sebosas e cheias de hipocrisia, ódio e preconceito. Inadmissível que não tenhamos novidade alguma a respeito do homicídio de Marcos. Assustador que ele tenha se transformado apenas em estatística fria.

Relatório Anual de Assassinatos de Homossexuais no Brasil relativo a 2014, divulgado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) , mostra que foram documentadas 326 mortes de gays, travestis e lésbicas no Brasil. Um assassinato a cada 27 horas. Um aumento de 4,1 % em relação a 2013.

O Nordeste segue como região mais violenta quando o assunto é ser homossexual. A região apresenta 43% dos assassinatos. É difícil ser gay. É perigoso ser gay. Mais difícil e perigoso ser gay nordestino. Lamentável… Porque lugar de gay é onde ele bem entender. Não nos armários. Não nos caixões…

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