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TRAGÉDIA

Capitão do barco é acusado pela morte de mais de 800 no Mediterrâneo

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publicado em 21/04/2015 às 17h32
Foto: Michalis Loizos (Reuters)

O capitão da embarcação que naufragou no fim de semana com centenas de imigrantes foi acusado formalmente pela procuradoria italiana como o único responsável pela tragédia, uma das piores que já ocorreram no Mar Mediterrâneo. Ainda abalados e exaustos, os sobreviventes do desastre que matou cerca de 800 pessoas chegaram nesta terça-feira à Sicília, junto com dois traficantes de pessoas, que foram presos.

A responsabilidade do capitão do barco, um tunisiano de 27 anos, Mohammed Ali Malek, é inquestionável, segundo a procuradoria de Catânia, na Sicília: ele é responsável pela superlotação do barco e por manobras erradas em alto-mar. A catástrofe tem duas causas principais, segundo os promotores. Por um lado, “as manobras equivocadas decididas pelo comandante do barco, que, em uma tentativa de abordar o cargueiro [que prestava socorro], provocou a colisão que danificou sua própria embarcação”. Por outro lado, o “excesso de passageiros”. Segundo comunicado, a colisão e a movimentação dos imigrantes a bordo fizeram a embarcação perder o equilíbrio e afundar. A procuradoria também destaca que o cargueiro português que tentou socorrer os imigrantes “não contribuiu em absoluto para o naufrágio”.

Presos no porão – O balanço oficial da tragédia é de 24 mortos e 28 sobreviventes, mas estima-se que haja mais de 800 desaparecidos, segundo organizações humanitárias internacionais. O pequeno número de sobreviventes é explicado pelo fato de que muitos imigrantes, em sua maioria mulheres e crianças, estavam presos no porão do barco. A investigação prosseguirá para determinar o número de mortos, procedendo à recuperação dos restos da embarcação. O chefe de governo italiano, Matteo Renzi, aludiu a esta possibilidade para “dar uma sepultura decente às vítimas”.

O porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Adrian Edwards, declarou que o naufrágio de domingo é “o incidente mais mortífero no Mediterrâneo já registrado”. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou ainda que mais de 1.750 imigrantes perderam a vida no Mediterrâneo em 2015, um número 30 vezes maior que no mesmo período de 2014. “A OIM teme que o total de 3.279 mortes de imigrantes em 2014 seja superado este ano em algumas semanas, e possa alcançar os 30.000 até o final do ano, se nos basearmos no balanço atual”, acrescentou.

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