João Pessoa, 12 de agosto de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Meu pai sempre dizia que voz alta não é sinônimo de razão. E não é, nunca será.
“Não levante a voz, melhore os argumentos” — ele repetia, como quem planta uma semente na cabeça da gente para florescer no tempo certo.
Demorei a entender.
Quando a gente é mais nova, acha que ser ouvida é falar mais alto. Grita para se impor, fala rápido para não perder a vez, mas, com o tempo — e com as quedas — a gente descobre que firmeza não está no volume, está no conteúdo, no argumento.
Hoje, quando alguém me afronta, eu não gasto fôlego brigando. Eu, nem aí. Eu respiro, penso, organizo as ideias, porque argumento bem colocado é flecha certeira — atinge sem precisar machucar. E quando você fala com clareza, até quem discorda te respeita.
A voz alta assusta, mas passa. A calmaria é fundamental.
A palavra inteligente fica.
Por isso, sigo carregando esse conselho comigo: se for para ganhar, que seja na calma; se for para convencer, que seja na razão.
Porque grito se perde no vento, mas boa palavra fica na memória de quem ouviu. E por aí vamos…
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maistv - 12/08/2025