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Documentos de parentes e bitcoin: como o casal Braiscompany viveu na Argentina

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publicado em 01/03/2024 às 15h38
atualizado em 01/03/2024 às 12h52
Delegado Regional Executivo, Guilherme Torres

Presos na Argentina nessa quinta-feira (29), Antônio Inácio da Silva Neto e Fabrícia Campos Farias, proprietários da empresa Braiscompany, estavam vivendo no país vizinho com documentos que foram cedidos por familiares dos dois. Segundo o delegado Guilherme Torres, os “parentes estavam cientes e podem responder por ter cedido esses documentos”.

Durante a coletiva de imprensa realizada em João Pessoa, Torres explicou que o casal estava se mantendo com criptomoedas, plataforma que eles usavam para manter o esquema de pirâmide financeira através da Braiscompany.

A investigação concluiu que a família chegou à Argentina através da via terrestre, na fronteira do Brasil.

Extradição pode levar até três meses 

O processo para o pedido de extradição do casal Antônio Inácio da Silva Neto e Fabrícia Campos Farias, proprietários da Braiscompany, presos na Argentina, será conduzido pela 4ª Vara Federal de Campina Grande. Baseado na extradição de um outro membro do esquema, preso no mesmo país, o processo pode durar cerca de três meses.

O pedido é encaminhado para Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação, em Brasília, e posteriormente para Argentina. Também o juiz da Paraíba definirá para qual presídio os réus serão encaminhados.

“A gente não tem como afirmar exatamente o que vai acontecer, mas espera que seja mantida a prisão, até porque a 4ªº Vara de Campina Grande está pedindo a extradição do casal”, disse.

A expectativa do delegado Regional Executivo, Guilherme Torres, é de que a partir da prisão do casal seja possível obter informações sobre bens para ressarcir as vítimas.

A prisão 

A Interpol (Polícia Internacional) finalmente prendeu o paraibano Antônio Inácio Silva Neto, de 36 anos, dono da Braiscompany. O golpista foi capturado nesta quinta-feira (29), na cidade de Escobar, na Argentina. A esposa dele, Fabrícia Campos, também foi detida. A informação foi publicada no site do jornal o Clarín e confirmada à reportagem do Portal MaisPB por fontes da Polícia Federal.

Natural de Cuité, na região do Curimataú da paraíba, Antônio Neto, juntamente com sua esposa, Fabrícia Farias Campos, estavam foragido há um ano, desde quando passaram a ser alvo de mandado de prisão da  Justiça Federal em Campina Grande, onde funcionava a sede da sua empresa.

O paraibano é acusado de aplicar golpe de cerca de 400 milhões de dólares contra investidores a quem prometia lucros de até 10% ao mês. O esquema, de acordo com a investigação, era uma pirâmide financeira que levou muitos clientes à falência.

Caçada internacional

Um dos golpistas mais procurados do Brasil, Antônio Inácio da Silva Neto havia entrado na Argentina em meados do ano passado, por Puerto Iguazú, por via terrestre. “Rumores dizem que ele pretendia fugir para Dubai com os milhões que arrecadou com o seu esquema de investimentos”, informa o Clarín.

Silva Neto viveu em diferentes partes dos subúrbios de Buenos Aires e da cidade de Buenos Aires, desde que fugiu do Brasil. Junto com sua esposa Fabricia Farías Campos, também presa nesta quinta-feira, o golpista morou em Palermo, depois em San Fernando, em San Isidro, em Nordelta e até no Howard Johnson de La Plata.

Identificado e abordado pela Polícia, ele – que usava a identidade de João Felipe Costa – ainda tentou fugir. Era tarde demais. De garoto propaganda em sites de fama para a foto com as mãos algemadas.

MaisPB

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