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Espaço K: Fernando Moura, um jornalista além da inventividade

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publicado em 19/02/2024 às 08h48
atualizado em 19/02/2024 às 06h44

Kubitschek Pinheiro – MaisPB

Você conhece o jornalista Fernando Moura? Bom, se já bateu com ele por aí – (afinal são mais de 40 anos entre nós) e se ainda tem alguma dúvida se o quadro – “Os jogadores de Cartas”, de 1594, é mesmo a primiera obra de Caravaggio, mete bronca que está no caminho certo. Fernando Moura tem vasto repertório de prosa afiada, erudição escambau.

E o que Fernando Moura tem a ver com Caravaggio? Bom, além da inventividade, ela sabe se esconder igual o pintor italiano, mas ainda não é por aí. Fernando Moura só não é pintor, talvez de parede, de sua casinha lá na Maranbaia.

Inteligente, sagaz,  não volta atrás, igual personagem do livro de Guimarães Rosa e pra ele nem tudo é intolerável, como se desse uma chance, mas FM existi para que possamos  tê-lo como estrangeiro de Camus, que sutenta uma altivez desmedida.

Já foi visto dançando num assustado de Ruth Avelino e bem antes tomou todas e disse sim ao amor da sua vida, a jornalista Silvana Sorretino. E muito mais.

Preciso dizer que é jornalista? Claro que sim – ele é editor, escritor e atualmente preside a Fundação Casa de José Américo, o casarão da beira mar do Cabo Branco, onde Zé Americo esteve reunido com o pessoal da bagaceira, mas isso ficou para depois.

Ele escreve e edita jornais e revistas desde a década de 1980. É socialista, ouve jazz e lê gibi.  Ah, foi amigo da Rebordosa, personagem de tanto sucesso a ponto de eclipsar seu pai, Angeli, que resolveu matá-la em dezembro de 1987. Não, Fernando só a mata uma barata de vez em quando, pois pretende viver até os 90 anos, rodeado de descendentes. Como assim?  “Até agora, vem dando certo”, diz da outra margem do Rio Sanhauá, digo o Rio Tieté

Em conversa com o Espaço K, FM dispara, avança, retrata, esclarece e não faz tempestade em copo d´água. Divirtam-se!

Espaço K – E aí, Fernando, que amor é esse pela Paraíba, que fez você deixar a Pauliceia mais desvairada ainda?

Fernando Moura – São Paulo sobrevive sem mim, Kubi. Foi um privilégio ter nascido na grande metrópole, mas não sei se conseguiria ter sido feliz por lá, como tenho sido por aqui, há mais de cinquenta anos. São Paulo cobra bem mais do que oferece. Estivesse ainda circulando entre o Brás e a Penha (bairros que nasci e morei), talvez não tivesse alcançado o mesmo aprendizado, os mesmos espaços e conquistas pessoais acumuladas na Paraíba, entre Campina Grande e João Pessoa. Digo isso, não por mero palpite, por um leviano exercício de futurologia reversa, mas por compreender que a proximidade constante com as pessoas que carregam sua cultura ancestral, mesmo sem saber, moldam o vivente de forma mais natural, mais suave, mais perto de sua essência original. Lá, não teria encontrado isso. Seria outra pessoa, não sei se melhor ou pior, mas certamente incompleta, com a alma engessada, infeliz sem saber a razão. Minha paixão por esta terra, portanto, vem do chão e suas raízes conectadas. Ligação, carinho e admiração pela Pauliceia vêm apenas do asfalto, se desgastando com o tempo. Minha aldeia é aqui, seja em que tempo for.

Espaço K – Ouvindo assim, parece xodó de uma vida inteira… Mas quando foi e o quê danado te trouxe pra essas bandas?

Fernando Moura – Cheguei ainda criança, um “bichinho da cidade”, cheirando a fuligem, meio por conspiração cósmica, por destino, família, fluxos migratórios… Sorte. Meus pais são do Brejo, de Alagoinha e Alagoa Grande. Se conheceram em Guarabira, ele como professor de datilografia e ela como aluna. Casaram e foram atrás de uma vida melhor na “capital dos nordestinos”, em plena vigência dos anos JK. Conseguiram uma certa estabilidade, mas foram atropelados por um sócio desonesto, forçando o retorno da família, ampliada e desamparada. Um novo começo, com o taxímetro zerado. Eu tinha uns nove anos, minha irmã uns sete. Foi um deslumbre, um assombro de sons, cheiros, cores e sabores. Um outro mundo. Adotei a tapioca como palatável elo ancestral e nunca mais larguei. A música seria minha segunda pele. As pessoas, mantos. Mulher, filhos e netos completariam meu rito de passagem.

Espaço K – Então, São Paulo ficou pra trás, divórcio total?

Fernando Moura – Fisicamente, sim. Nunca mais voltamos, como moradores. Memórias, vivências e os primeiros aprendizados, porém, são posseiros do meu espírito, incorporados como ferramentas de impulsão. O fato de gostar, pesquisar, lidar com música, por exemplo, tem origem nas aulas de piano que tive na infância paulistana. Passei para o violão, “arranhando” uma coisinha ou outra, mas foi o instrumento clássico que me daria noções de melodia, harmonia e tempo, essenciais para ouvir, analisar e até arriscar compor umas canções. Ler quadrinhos – hábito que mantenho até hoje – também compõe meu balaio de pertencimentos, herdados desse período.

Espaço K – Escorre alguma lagrimazinha marota?

Fernando Moura  – Acho que nem no começo. A empatia foi imediata, o fascínio suplantou o amuo. Mas sinto saudades do friozinho, da garoa, de piqueniques em praças e jardins de museus, de ver o Santos jogar e das pizzas – as verdadeiras. Acho que não conseguiria viver por lá, hoje. Admiro pessoas como Assis Ângelo, José Nêumanne, Geraldo Vandré, entre outros, que conseguem interagir com a capital paulistana com uma desenvoltura desconcertante, mas sem perder a identidade nordestina, tendo levado a Paraíba com eles. Eu tive que vir buscá-la.

Espaço K – Você nasceu em fevereiro, escreveu livros sobre carnaval, fundou blocos, estuda o forró, prega a valorização do ciclo junino, já compôs marchinhas, cocos e frevos… Afinal, quem ganha a peleja entre a Folia de Momo e o São João?

Fernando Moura – Ah, nessa rinha não tem vencedor: é empate cravado. Pra quem nasceu em 10 de fevereiro, inevitavelmente a data vai coincidir com o carnaval (ou prévia) a cada três ou quatro anos. Este ano mesmo caiu no “Sábado de Zé Pereira”, no dia do bloco “As Raparigas de Chico”, no Ponto Cem Réis. Comemorei lá, entre familiares, amigos e foliões bêbados. Teve até bolo, misturado com confete e serpentina. Nos meus 50 anos, em 2010, festejei no meio das “Muriçocas de Miramar, na pracinha do Rotary, com direito à instalação da Câmara Municipal para entrega do título de cidadão pessoense, proposto por Fuba, lançamento de livro (“Cinquenta Carnavais”) e circulação do bloco “Uísque com Tapioca”, com hino puxado por Parrá. Foi uma farra inesquecível.

Espaço K – Então o São João sai perdendo…

 Fernando Moura  – Nem de longe. Além de lúdica e afetiva, minha relação com o período junino tem até tempero histórico. Antes do Parque do Povo, quando ainda era uma sementinha de festa, os quadrilheiros desfilavam pela Rua da Floresta, a atual João Lourenço Porto, rumo ao pavilhão perto da feira, onde acontecia o festival de quadrilhas, promovido pela Prefeitura de Campina Grande, à época de Enivaldo Ribeiro, avô do atual vice-governador, Lucas. Morávamos em frente ao antigo Hotel Ouro Branco. O forrobodó era na nossa porta. Como não se apegar a tudo isso? As músicas, as danças, as roupas, o cheiro de milho e pólvora no ar, os estampidos, as adivinhações, as fogueiras… Fui rebatizado nas águas de junho, virei nordestino da gema.

Espaço K – Claro que você é talentoso, mas era jornalismo mesmo a sua praia?

Fernando Moura  – Bem, olhando de hoje, depois de mais de quatro décadas gravitando no ofício, parece que sim. Sinto-me confortável e produtivo no meio, após ter dividido os prazeres e agruras da atividade com tanta gente talentosa e inspiradora, como Rubens Nóbrega, Gonzaga Rodrigues, Carlos Aranha, Nonato Guedes, Agnaldo Almeida, Frutuoso Chaves, Júlio Santana, Joana Belarmino, Abelardinho Jurema, Nonato Bandeira, Gerardo Rabello, Walter Santos, William Costa, entre outros que ainda ralam por aí e os que já se foram, como Walter Galvão, Biu Ramos, Marcos Tavares, Lena Guimarães, Ivonaldo Correia, Erialdo Pereira, Pedro Moreira, Carlos Roberto, Genésio de Sousa, Abmael Moraes, Martinho Moreira Franco, Juarez Félix, Milton Nóbrega e o onipresente Juca Pontes. Tanta gente… Esteja em que função estiver, dentro ou fora da imprensa, sempre procuro aplicar princípios basilares do jornalismo, como a ética, a verdade dos fatos e a responsabilidade social. Isso é mantra.

Espaço K – Você chegou a ser repórter, ir pra rua buscar notícias?

Fernando Moura  – Comecei como repórter de cidade, em O Norte, à cata dos acontecimentos do dia. Foi ali que conheci Silvana, minha mulher. Depois migrei para as editorias de economia, política, cultura, redator, editor setorial, geral, e nunca mais deixei a “cozinha” de jornal, espaços valiosos na minha formação.

Espaço K –  Antes de parar de falar de jornalismo, explica esse teu xodó com A União.

Fernando Moura  – É um caso de família, por assim dizer. Tive um tio jornalista, Ivan Apremont, que escrevia a coluna “A União Há 50 Anos”, iniciada por Walfredo Rodriguez na década de 1940. Ele levava as coleções pra casa para pesquisar. Com primos também adolescentes, era assíduo frequentador do lugar, sendo atraído para aqueles tesouros de papel. Viajava pela Paraíba antiga sem sair do lugar. Isso marcou. Depois, quando entrei na universidade, fui morar com meu avô materno, Giovani, que trabalhava em O Norte. Ele havia herdado do pai a coleção de A União de 1930, toda encadernada, bem conservada e acessível. A paquera viraria namoro sério. Anos depois, ajudaria a recontar a trajetória da publicação com a circulação de uma edição especial dedicada ao centenário. Ao lado de Marcos Tavares, Carlos César, Jacinto Barbosa e Itamar Cândido, mergulharia na hemeroteca da “velhinha” para nunca mais submergir. Fui editor de cultura, editorialista, colunista, editor geral e superintendente. Mais que uma escola, A União é uma enciclopédia da história paraibana, a partir do advento da República. Sem ela, não haveria a poderosa literatura paraibana, por exemplo.

Espaço K – Aproveitando a deixa, e o lado de escritor como surgiu?

Fernando Moura  – De certa forma, o jornalismo atuaria como laboratório para alcançar o sonho de ser escritor, acalantado desde a infância, depois de ter lido Julio Verne e Monteiro Lobato, meus padrinhos nessa aventura pelo universo literário. Ficava encantado com as histórias dinâmicas e mirabolantes, tentando criar as minhas próprias, não chegando nem perto, mas desenvolvendo o exercício da escrita criativa. Eles me inspiraram a transpirar. Estou na pista, em treinamento constante.

Espaço K – E a poética, também se arrisca? Não acha que tem poetas demais nesta terra de Augusto dos Anjos?

Fernando Moura  – Tem sim, e isso é maravilhoso. Só a poesia salva! Pouco importa se o poema não traga em si a erudição e os mistérios de Augusto, a leveza e plasticidade de um Sérgio de Castro Pinto, o humor sarcástico de Marcos Tavares, o lirismo nostálgico de Lúcio Lins, ou os doces delírios de Caixa D´água. Emocionou? Tá valendo. Com qualidade, melhor. Ando gravitando por essa trilha, mas ainda com muito chão pela frente pra me auto nomear poeta, no sentido formal. Quando alguém me chama assim, aceito, agradeço e vou rascunhar outros versos, pois toda poesia sempre terá um público correlato.

Espaço K – Ah, vamos lembrar o episódio “Data Vênia”?

Fernando Moura  – Ih, rapaz! Isso é caixa de marimbondo. Deixa ver se consigo sintetizar: Ao assumir o Governo, em 1991, Ronaldo propõe um pacto entre os três poderes, para evitar aumento de despesas, incluindo reajustes salariais, durante seis meses, para poder botar a folha de pessoal em dia, com vários meses de atraso. Todos cumpriram o acordo, menos o Tribunal de Justiça, que decide aumentar os vencimentos dos desembargadores, juízes e promotores. A quebra de palavra indigna todo mundo, mas ninguém discutia o assunto abertamente, nem nas tribunas, nem nos jornais, nas rádios… Silêncio vexatório. Na época acumulava as funções de Chefe de Redação e redator da coluna “Informe”, do Correio da Paraíba. Fiquei tão revoltado com a desfaçatez dos magistrados que resolvi abordar o assunto, cobrando coerência e espírito público. A nota (“Data Vênia”) abriria a Caixa de Pandora, estimulando uma temporada de críticas e protestos. Fui duro, mas cordato. Entenderam que os chamara de “mentirosos”, abrindo um processo por calúnia e difamação. Foi um sururu, um negócio escandaloso, fervilhando de burburinhos. Fiquei inquieto, temeroso do rolo compressor. Seria Davi contra Golias. Preparei minha defesa e convidei umas figuras de peso como testemunhas. No dia da audiência, presidida pelo juiz Seráfico da Nóbrega, estavam lá representantes da OAB, API, Sindicato dos Jornalistas, dos Radialistas, dos Bancários… Até dom José Maria Pires chegou por lá, para falar a meu favor. Quando viu o tamanho da encrenca, o juiz decidiu arquivar o processo, antes mesmo de ouvir alguém. Deu empate. Nem sei se foi melhor assim. Sai ileso, mas eles ficaram impunes. Agora, só a história poderá julgar.

Espaço K – Por que será que hoje o mundo todo – ou quase – diz que é jornalista? Tem gente aqui em João Pessoa que coloca até no perfil: “arquiteto e jornalista”, “advogado e jornalista”, “engenheiro e jornalista”, “empresário e jornalista”… Deixa, né?

Fernando Moura  – Ah, deixa! Nem sei se é “vantajoso” assumir tal faceta, depois de tanto “fake news”, de influencers a dar no pau, de tanta manipulação, de envolvimento político, falcatruas econômicas e outras mazelas. Se não mentir e escrever direitinho, já estamos no lucro.

Espaço K – Você casou com a jornalista Silvana Sorrentino. Como dois jornalistas vivem debaixo do mesmo zinco?

Fernando Moura  – Mantendo a pauta em dia e dando notícias. Um apoiando o outro, sugerindo, revisando, dando suporte para que as tarefas sejam cumpridas. Já foi mais complicado, quando ambos trabalhavam em Redações, com filhos pequenos, sem hora, sem folga, sem dinheiro suficiente. Depois de quarenta anos de convivência, aprendemos a lidar com as incertezas. O afeto compensou os percalços.

Espaço K – Aliás, você tem filhos músicos. Vamos falar dessa alegria? 

Fernando Moura  – Embora os três tenham bom gosto musical, apenas Tiago, o “Titá”, o mais velho, enveredou profissionalmente pela música. É intérprete e compositor talentoso, reconhecido e premiado, pronto para estourar nacionalmente. Tamara, a do meio, é artista plástica e professora. Tem espaço para crescer, pela sensibilidade e determinação. Tasso, o caçula, é bombeiro, em formação para oficial. Enquanto os irmãos cuidam dos espíritos, ele cuida dos corpos. São doutrinadores de cidadania, cada um ao seu jeito. Meu legado.

Espaço K – Netos ou bisnetos?

Fernando Moura  – Apenas netos, ainda crianças. Os filhos foram mais cautelosos que os pais. Ian, de 8 anos, e as gêmeas Antonella e Monalisa, que completam 5 esta semana, misturam a felicidade da convivência e a preocupação das ausências. Somos presentes o máximo possível na vida deles, tentando repassar blindagens emocionais para o enfrentamento do mundo. Sem eles, seria um homem incompleto.

Espaço K  – Você é biógrafo de José Gomes Filho, o Jackson do Pandeiro, agora anda pesquisando sobre José Américo de Almeida e o maestro José Siqueira… Só tem Zé na Paraíba, Moura?

Fernando Moura  – Parece, né? Mas o curioso é que tem muitos, mesmo: Zé Lins, Zé Ramalho, Zé Limeira, Zé da Luz, Zé do Norte, Zé Filho, Zé Costa Leite, Zé Rufino, Zé Rodrigues de Carvalho, Zé Altino, Zé Octávio, Zé Nunes, Zé Euflávio, Zé Maranhão, Zé Crisólogo, Zé Guilherme, Juzé, Padre Zé, Hermano José…. Vixe, como tem… Só expoentes nas artes, são mais de 100. Com tantos assim, seria inevitável encontrá-los pelos caminhos da pesquisa histórica. No caso de Jackson, foi uma missão de vida, uma opção pessoal, proporcionada pelo envolvimento com o universo musical nordestino. Já Zé Américo, foi um acaso, um presente dos céus. Tem a ver com o espaço profissional que ocupo hoje, como dirigente da instituição que preserva o valioso e volumoso acervo do escritor. Tenho, por obrigação técnica, que conhecer o máximo possível sobre vida e obra de personagem tão complexo, já amplamente dissecado por especialistas de diversas áreas. Não fosse isso, confesso, não me arriscaria. Hoje, no entanto, relutaria em abandonar esses estudos, reveladores sobre diversos aspectos, inclusive literários. Ainda temos muito que aprender com a produção intelectual e política do “Solitário de Tambaú”.

Espaço K – Vem livro novo por aí?

Fernando Moura  – Talvez, não sei, vai depender das pesquisas em andamento, que são basilares para qualquer projeto de partilha, seja um livro, um vídeo, uma exposição, uma peça, um recital ou qualquer outro produto lastreado por essas prospecções em curso, promovidas por várias equipes de professores e alunos, financiadas pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Ciência e Tecnologia e da Fapesq. O resultado desse esforço tem a primazia para futuras publicações. Estou juntando peças para entrar no jogo. Pra variar, na esfera musical: Zé Américo e as sonoridades paraibanas.

Espaço K – Você parece que não gosta das redes sociais?

Fernando Moura  -Uso com moderação. Prefiro gastar meu tempo com interações menos voláteis.

Espaço K  – Aliás, é tão difícil lhe encontrar. Onde anda você?

Fernando Moura  – Trabalho, casa, família… Estou correndo contra o tempo e peneirando os eventos sociais. Pelo volume de atividades, ou faço isso ou não dou conta. Mas qualquer hora dessas volto às badalações, no ritmo de um jovem idoso.

Espaço K – Ainda gosta de uma cerveja estupidamente gelada?

Fernando Moura  – Minha bebida preferida ainda é uísque. Um vinho também vai. Uma cachacinha, dependendo da companhia. Mas cerveja, só um copo ou dois. Se o papo fluir e a temperatura exigir, posso encarar vários, desde que tenha banheiro por perto.

Espaço K – E ai, como é que a gente termina essa entrevista? 

Fernando Moura  – Desligando o gravador, ligando a vitrola e abrindo um “12 anos”. Só você para me tirar da rotina. Tim-tim! Valeu, “kamarada”! Só não vá titular esse material com algo do tipo “o mais paraibano dos paulistanos”. Essa chancela é de W. J. Solha (um outro “José” pra chamar de nosso), por idade e tempo de chegança. Me contento com o segundo lugar. Por enquanto.

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