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Educador Físico,  Psicólogo e Advogado. Especialista em Criminologia e Psicologia Criminal Investigativa. Agente Especial da Polícia Federal Brasileira (aposentado). Sócio da ABEAD - Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas e do IBRASJUS - Instituto Brasileiro de Justiça e Cidadania. É ex-presidente da Comissão de Políticas de Segurança e Drogas da OAB/PB, e do Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas do município de João Pessoa/PB. Também coordenou por vários anos no estado da Paraiba, o programa educativo "Maçonaria a favor da Vida". É ex-colunista da rádio CBN João Pessoa e autor dos livros: Drogas- Família e Escola, a Informação como Prevenção; Drogas- Problema Meu e Seu e Drogas - onde e como lidar com o problema?. Já proferiu centenas de conferências e cursos, e publicou dezenas de artigos em revistas e livros especializados sobre os temas já citados.

CARNAVAL, DROGAS E VIOLÊNCIAS

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publicado em 06/02/2024 às 07h00
atualizado em 05/02/2024 às 17h43

Em períodos de grandes eventos festivos, comumente, o consumo de drogas lícitas e ilícitas aumenta significativamente, especialmente daquela que é a mais consumida no Brasil, o álcool. E, tal fato, traz a reboque inevitavelmente o aumento das violências em geral.

Os seres humanos no decorrer da história da humanidade, sempre associaram o hábito de consumir substâncias psicoativas às festas promovidas, em especial o consumo do álcool, certamente uma das primeiras drogas a serem descobertas.

        Se nos primórdios o uso de certas drogas era restrito às ocasiões festivas, na sociedade dita moderna, tal hábito tem se tornado cada vez mais frequente e também precoce, em especial quando se trata de drogas lícitas como a citada, por exemplo. E, o mais grave, é que a sociedade, principalmente os habitantes do chamado mundo ocidental, vêm demonstrando uma tolerância também crescente em relação a este comportamento, que todos sabemos, compromete não apenas à saúde pública, mas também, a harmonia familiar, o rendimento escolar e laboral, e a paz social.

Alguns dados estatísticos nacionais afirmam que 60% dos homicídios ocorridos no Brasil, acontecem entre a noite da sexta-feira e o domingo. Neste espaço de tempo da semana, coincidentemente, as pessoas envolvidas com tal evento violento, normalmente estão de folga e sob efeitos de drogas, especialmente do álcool; e mais, em 80% dos casos vítima e agressor se conhecem e até têm laços de amizade, mas por estarem sob efeitos de drogas, e consequentemente desprovidos parcial ou totalmente de raciocinar, apreciar ou julgar as reais consequências dos seus próprios atos, terminam cometendo tais atrocidades. Nos demais feriados, geralmente não é diferente, em especial no carnaval, quando costumeiramente e culturalmente há um consumo exagerado do consumo de drogas.

        Também, segundo os mesmos dados estatísticos, cerca de dois terços das violências contra mulheres e crianças também acontecem quando os parceiros / pais ou padrastos estão embriagados ou sob efeitos de drogas diversas.

Assim, é muito importante que o poder público desenvolva campanhas educativas preventivas visando desestimular o consumo exagerado de drogas. E principalmente, que estas sejam empreendidas nos dias que antecedem essas festividades, pois as mensagens educativas ficam mais presentes na mente das pessoas.

Também é indispensável o incremento das fiscalizações ostensivas e efetivas, com o fim de coibir a venda ilegal destas substâncias, pois essas têm um efeito pedagógico importante. Tudo isso sem esquecer o imprescindível papel dos pais e das escolas nesta empreitada, alertando os jovens em relação aos riscos do consumo exagerado de drogas, sejam estas legais ou ilegais e, assim sendo, ajudem a minimizar a ocorrência de muitas tragédias.

O simples fato de não estocarmos as bebidas alcoólicas em nossa casa já se constitui numa boa medida preventiva ao consumo destas substâncias.

Enfim, desejo que a festa mais popular do país, o carnaval, seja de muita paz, menos uso indevido de drogas, e diversão em abundância para todas as pessoas.

 

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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