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Kubitschek Pinheiro MaisPB
Fotos – Otavio Sousa
Pitty é baiana, mas sua batida é diferente. Ela é a menina que escolheu o rock para brilhar e arrebentar, na representação da transformação da canção. A cantora acaba de lançar o documentário “Casulo Musical”, dividido em 4 episódios, cujas imagens mostram o processo de criação do EP Casulo, feito de forma inédita. Está tudo nas plataformas e no YouTube.
O nome dela é Priscila Novaes Leone, nasceu na capital baiana, tendo apenas um único irmão, que é mais novo. Seu pai era músico e dono de um bar, já sua mãe trabalhava como vendedora de sapatos. Pitty foi longe. E vai bem mais.
Com cerca de 20 minutos de duração, o primeiro episódio de Casulo, “Diamante”, traz os depoimentos de Pitty, da rapper Drik Barbosa e do produtor Weks (codinome do músico e produtor Daniel Weksler), que criaram a música de forma coletiva e ao vivo através de uma rede social.
A cada semana um novo episódio foi ao ar trazendo os bastidores das gravações, cada um melhor que o outro. “Simplesmente Fluir” foi o segundo episódio, com o produtor Pupillo e, na sequência “Busca Implacável”, com Jup do Bairro e Badsista e, por fim, “Diário” com Monkey Jhayam & Rockers Control. São imprescindíveis “Casulo Musical” é uma realização da Setevidas Produções, com concepção e direção geral de Pitty e direção, roteiro e montagem de Otavio Sousa. Casulo é o primeiro lançamento do selo de mesmo nome criado pela cantora e compositora, com o intuito de lançar produções que venham a acontecer paralelamente a seu trabalho solo.
Tanto o EP quanto o selo foram batizados com o mesmo nome de um quadro dentro da programação de seu canal na plataforma Twitch durante o ano de 2021.
No programa Casulo Musical ela recebeu artistas convidados e criou com eles, ali mesmo na hora e ao vivo, músicas inéditas. Para ela, algo completamente novo e surpreendente.
Desses encontros saíram 4 faixas que compõem o EP: “Diamante” (Pitty/ Drik Barbosa/ Weks), que ganhou um clipe que chega junto com o EP, “Busca Implacável” (Pitty/ Badsista/ Jup do Bairro), “Diário” (Pitty/ Monkey Jhayam/ Mau/ Bruno Buarque/ Cris Scabello) e “Simplesmente Fluir” (Pitty/ Pupillo).
MaisPB – O documentário mostra uma artista simples, mas bem antenada com o mundo, apesar de se chamar Casulo Musical. Como veio essa ideia?
Pitty – Veio quando criei meu canal em uma plataforma de streaming para continuar na ativa, criando, em contato com meu público, no auge da pandemia. O digital trouxe essa possibilidade de comunicação e foi fundamental nessa época. Dali, criei com minha equipe diversos programas, uma web TV mesmo. E na grade tinha o Casulo Musical, cuja ideia era trazer artistas e produtoras que eu admiro, da nova cena, para um desafio: criarmos uma música ao vivo, em uma sessão, durante uma live. Sim, estamos antenadas sempre, sabendo o que rola no mundo da música, quem está pesquisando, como se ouve e se consome. Mas o nome Casulo é porque quando entrávamos no estúdio, nos colocávamos nesse processo interno de criar com as nossas bagagens e sentimentos, deixando as horas pro lado de fora, tendo o tempo necessário para maturar. Pegar a música lagarta e vê-la virar borboleta. Tem a ver com transformação, com algo cru e sem forma que se transmuta em beleza, graça, poesia.
MaisPB – Claro que foi crescimento do EP e toda gestação. Essa foi a primeira vez não é?
Pitty – Sim. Essa ideia inédita para mim e para minhas parceiras e parceiros nessa empreitada, a princípio soava bem assustadora. Era comum o sentimento de “ih, dessa vez não vai rolar, acho que não sai música hoje…”; e foi lindo perceber que todas as vezes saiu e foi recompensador. Saiu do jeito que tinha que sair, um parimento selvagem, carregado de humanidade e intuição. E conhecimento e técnica também, claro, o fato de trabalhar com essa turma talentosa foi fundamental.
MaisPB – A primeira parte Diamante traz uma conversa produtiva sua com o rapper Drik Barbosa e o produtor Weks. Uma boa sacada para se construir uma música juntando talentos, não é?
Pitty – Muito. E o mais massa é que ficamos quase um ano entre a livestreaming de criação das faixas e o lançamento do EP. E o doc foi feito atualmente, então também, um ano de maturação disso tudo. Interessante perceber como a gente absorve essa criação hoje, o que pensávamos na época. Que ferramentas usamos para construir a música. Sei que sou suspeita, mas sou muito apaixonada por esse processo criativo. Foi um baita desafio e aprendizado!
MaisPB – O episódio “Simplesmente Fluir”, tem a participação de Pupilo, o marido da cantora Céu. Vocês já tinham trabalhado antes?
Pitty – Sim, conheço Pupillo das antigas e já fizemos várias coisas; desde participação minha e música com a NZ até um projeto lindo, chamado 3NaMassa. Ele me chamou para cantar nesse disco dele cujo mote era mulheres cantando letras escritas por homens. Eu cantei Lágrimas Pretas, escrita por Lirinha, do Cordel. E depois disso fizemos também remixes de músicas minhas e ele produziu uma música do meu último disco Matriz. A música se chama “Redimir”, e foi também um processo em que ficamos um tempão acertando o som, dando tempo ao tempo. É uma das músicas que mais gosto do Matriz, e a produção dele é muito elegante, impecável.
MaisPB – Pelo que a gente tem visto, o processo de criação foi bem aberto, cujo resultado foi mais aprendizado e conhecimento para todos. Como você divide essa alegria com todos que participaram do Casulo Musical?
Pitty – Nossa, com muita satisfação. Só tenho a agradecer a essas parcerias. Embarcamos realmente juntos e unidos nessa aventura, a energia construtiva e criativa de todas e todos! Que momento mágico como artista. Me sinto realizada.
MaisPB – Desses encontros, o público aprecia 4 faixas do EP: “Diamante” (Pitty/ Drik Barbosa/ Weks), que ganhou um clipe “Busca Implacável” (Pitty/ Badsista/ Jup do Bairro), “Diário” (Pitty/ Monkey Jhayam/ Mau/ Bruno Buarque/ Cris Scabello) e “Simplesmente Fluir” (Pitty/ Pupillo). Está tudo nas plataformas, né?
Pitty – Já está on! Em todas as plataformas, só tacar o play 🙂
MaisPB – Realização da “Setevidas Produções”, com concepção e direção geral sua e direção, roteiro e montagem de Otavio Sousa. Vamos falar do trabalho de Otavio Sousa?
Pitty – MUITO! Eu amo trabalhar com ele. Nossa sintonia se aprimora a cada trabalho, um entende o outro pelo olhar. Fora que, vou repetir, é o melhor montador com quem já trabalhei. Edição impecável, um jeito de costurar a história muito sagaz. Fizemos muitas coisas juntos, fotos, capas de DVD, documentários e um filme. “Matriz”, o filme, é dirigido por ele e também está disponível no meu YT.
MaisPB – No ano passado, saiu o DVD de MATRIZ (Deck que é um álbum potente que gerou uma série de outras criações a partir de sua essência. O DVD duplo MATRIZ: Arquivos Completos é um mergulho nesse projeto da cantora e compositora Pitty, que que muita gente que não viu o show na Concha Acústica, já pode apreciar. Isso é muito bom, não é?
Pitty – Maravilhoso. O incrível é que esse DVD foi filmado no fim do ano pré fim do mundo. Em março do ano seguinte, já estávamos em lockdown. Então passei esse tempo aprovando edição, mixando as músicas com calma, tudo com muito capricho para entregar um DVD completo e de qualidade. Daniel Ferro dirigiu, e quando lançamos, na pandemia, me emocionei em assistir aquela massa de gente junta, cantando em coro.
MaisPB – Você já cantou aqui na Paraíba, em João Pessoa?
Pitty – Já, várias vezes, tem um público gigante e muito massa aí. Lembro de uma vez específica na orla que foi especial. Saudade!
MaisPB – Como Pitty tem visto essa pandemia que parece não ter fim?
Pitty – Olha, cansada e apreensiva pelo setor cultural, que vai ter muita dificuldade em se reerguer, mas botando fé que a gente vai dar a volta por cima dessa terra redonda e virar esse jogo!
Escute e assista Pitty aqui
MaisPB
"CHUVA DE HONESTIDADE" - 25/06/2025