João Pessoa, 22 de dezembro de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
É formado em Direito pela UFPB e exerce funções dedicadas à Cultura desde o ano de 1999. Trabalhou com teatro e produção nas diversas áreas da Cultura, tendo realizado trabalhos importantes com nomes bastante conhecidos, tais como, Dercy Golcalves, Maria Bethania, Bibi Ferreira, Gal Costa, Elisa Lucinda, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Beth Goulart, Alcione, Maria Gadu, Marina Lima, Angela Maria, Michel Bercovitch, Domingos de Oliveira e Dzi Croquettes. Dedica-se ao projeto “100 Crônicas” tendo publicado 100 Crônicas de Pandemia, em 2020, e lancará em breve seu mais recente título: 100 Crônicas da Segunda Onda.

Um parque de águas dançantes

Comentários: 0
publicado em 22/12/2021 às 06h51
atualizado em 22/12/2021 às 04h31

Ontem visitamos um parque.

Era desses super modernos, ele ficava de lado de um outro parque das águas. Sim um parque de águas dancantes conforme luzes e orquestras. Os organizadores pediram para sentarmos em círculos, logo estranhei.

Nos brindaram com uma caneca com a logomarca do parque Lodowski, só me recordo depois de uma sala toda verde e oval. Ligaram alguns aparelhos em nós. Lembro muito bem de uma montanha russa, nada comunista, era uma das coisas mais impressionantes que já vi na vida, era toda de ouro, mas cheia de arabescos, viajava na velocidade de um jato, a mais ou menos 800/900 quilômetros por hora, uma loucura!

Essa viagem no vagão foi a travessia mais magnífica que já passei na vida, o trilho todo percorria a totalidade da extensão da China, uma das paradas mais incríveis foi no maior buda construído no mundo, todos ficamos extasiados com o tamanho e robustez da obra única humana.

Outro encantamento era a ponte de vidro, ela se quebrava com um sensor, tudo de mentira, eram telas inteligentes, mas jurávamos que cairíamos no abismo. Um dos brinquedos mais lindos era o carrossel. Ele girava maravilhosamente no ar. As correntes formavam ondas e os cavalos eram unicórnios, cada um de uma cor.

Mas quando olhávamos bem de perto, eles eram tartarugas, aquilo não era sela, era a carapaça de uma tartaruga, mas até aí tudo bem, quando nos deparamos com seu rosto, assim que eles viravam para trás, eram nossos rostos ali formados, e , de todos que estavam na sala lá no início do experimento.

Foi um aviso que a viagem estava acabando, mas, o que me deixou mais encucado foi que quando retiramos os óculos, parecia que tinham retirado algum órgão do nosso corpo, uma sensação de vazio misturado à tristeza profunda.

Ficou aquele  gostinho de quero mais! Saímos ilesos e felizes, mas só pelo ótimo cachê que a Disney nos pagou por 20 exatos minutos naquela sala.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

Leia Também