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EM BAYEUX

Sem tratamento, esgoto é despejado na maré

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publicado em 02/08/2017 ás 19h04
atualizado em 02/08/2017 ás 21h21

Todo o esgoto produzido no município de Bayeux, na Grande João Pessoa, está sendo despejado na maré, sem nenhum tipo de tratamento. Isto porque, o município não possui uma estação própria de tratamento além da baixa cobertura do serviço de saneamento básico em funcionamento(9% da rede de coleta de esgoto da cidade) .Por isso, a Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente realizou  na manhã desta terça-feira (1°), uma audiência com a Companhia de Águas e Esgoto da Paraíba (Cagepa) e a Secretaria de Infraestrutura de Bayeux (Seinfra) para instaurar um procedimento administrativo

Este problema vem ocorrendo devido à reforma, ampliação e manutenção da estação elevatória que possibilita o transporte do esgoto para a estação de tratamento do Róger, na Capital paraibana.

Segundo a promotora de Justiça, Fabiana Lobo,  em 2006, houve repasse de recursos pela Fundação Nacional da Saúde (Funasa) para a construção de bacias de esgoto em diversos bairros como Mário Andreazza, Alto da Boa Vista, Rio do Meio, parte do Jardim Aeroporto e Paroeira IV, mas, com a mudança de gestão na Prefeitura, essas obras não foram concluídas nem foi feito o interceptador necessário para coletar o esgoto dessas bacias e levá-lo até a estação elevatória final.

Os engenheiros que atuam na Gerência de Obras da companhia, Juliano Guedes e Ricardo Moisés Sousa, afirmaram que foram concluídas a estação elevatória final e o emissário de recalque pela Cagepa.

Segundo eles, em 2008, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1), do Governo Federal, a Companhia assumiu a construção do interceptador que deveria ter sido feita pela prefeitura. Foram realizadas três licitações com a desistência das empresas devido à dificuldade de execução das obras.

Cinco anos depois, a ‘Construtora Planície’ venceu o processo licitatório e iniciou a obra, que sofreu paralisações devido à dificuldade de acesso e à burocracia da Caixa Econômica Federal para adequação de planilha. A obra só foi retomada em 2015, sendo paralisada novamente e reiniciada efetivamente em janeiro deste ano.

Segundo os engenheiros da Cagepa, serão construídos 650 metros de interceptador, em blocos pré-moldados com vigas e estacas. “A obra é de grande complexidade, já que o terreno é de mangue, há instabilidade de solo e periculosidade pelo domínio do tráfico no local”, explicaram.

Dos 650 metros, já foram concluídos 150 e a previsão é de que as obras sejam concluídas em abril de 2018, o que vai possibilitar a ligação das bacias dos bairros Centro, Sesi e São Bento e o funcionamento regular desse sistema de esgoto, garantindo uma cobertura de 20% da rede de saneamento básico para o município, esgoto que terá o devido destino final.

A Cagepa também informou que existe um projeto executivo para as outras áreas e trechos do interceptor, mas que essas obras dependem da liberação de recursos federais na ordem de R$ 37 milhões.

A Seinfra declarou  que as bacias de esgoto construídas na gestão da ex-prefeita Sara Cabral estão deterioradas, pois às ligações feitas pela população são clandestinas . A secretaria também informou que nas áreas baixas da cidade não há como fazer fossas e sumidouros, devido ao alto nível da água. Os secretários executivo e adjunto, Ademilson Ferreira e Williano Paiva comprometeram-se a contratar empresa especializada para fazer a limpeza em caráter de urgência dessas áreas.

A Companhia de Água e Esgotos da Paraíba informou que fará a limpeza das bacias de esgoto dos bairros Centro, Sesi e São Bento, quando elas estiverem interligadas ao sistema, com o término das obras de construção do interceptador total, em abril de 2018.

As informações dos técnicos uniram-se ao procedimento administrativo e a promotoria vai avaliar as próximas medidas a serem adotadas sobre o assunto.

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