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Diá e a autonomia no Campinense

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publicado em 09/06/2016 às 22h53
atualizado em 18/06/2016 às 15h55
Foto: Ascom/Campinense

A indicação de jogadores por parte do treinador tornou-se uma prática comum em muitos clubes brasileiros. Na maioria das vezes provocada pelo laço criado entre as partes em trabalhos anteriores.

Há quem critique a fórmula por entender o risco de o treinador ser demitido e o clube arcar com a herança – quase sempre – maldita.

No Campinense, por exemplo, as contratações passam pelo crivo do técnico Francisco Diá, desde que assumiu o clube em setembro de 2014.

A autonomia na montagem do elenco rendeu a conquista do Campeonato Paraibano no ano passado, o vice da Copa do Nordeste neste ano e a iminência do bicampeonato estadual.

‘’A autonomia é importante até quando a diretoria perceber que o treinador, além de capacitado, é honesto acima de tudo. Não tenho nada contra empresário no futebol. Mas empresário nunca me empregou. Pois o que tenho consegui através de minhas conquistas, com meus resultados. Às vezes fico cinco, seis meses em casa parado. Até porque quando você é colocado em um clube por empresário, além de ele pegar sua comissão, ele quer levar seis, sete jogadores com você. Eu não aceito esse tipo de coisa’’, afirmou Diá.

‘’Quando dou um nome de um atleta, o presidente tem o direito de fazer a pesquisa. Até para não trazer nenhum jogador que não vá corresponder. E nosso índice de acerto tem sido em torno de 95%. É muita gratificante saber que todos os jogadores do Campinense estão sendo pretendidos por vários clubes. Taí Rodrigão, que ninguém acreditava, que tinha disputado um campeonato pelo Democrata de Governador Valadares-MG e ninguém viu. Foi uma indicação minha. Trouxe ganhando R$ 4 mil na época. O jogador tinha quase desistido de jogar futebol, estava trabalhando de servente de pedreiro. Fui buscar, pois vi que tinha potencial. Poderia ter estourado na Série D, mas infelizmente sofreu uma contusão, que talvez nos prejudicou para ter o acesso’’, acrescentou.

As declarações foram dadas em entrevista exclusiva ao Passando a Bola, da Mais TV, canal de vídeo do Portal MaisPB. Assista aqui!

O status de ser uma espécie de treinador manager também tem seu viés negativo: a desconfiança. Por quem, inclusive, aposta no perfil.

No inicio de maio, três mensagens de áudio de Diá vazaram nas redes sociais, expondo um desentendimento do treinador com o presidente William Simões.

O mandatário rubro-negro teria acusado Diá de tentar levar os principais jogadores do Campinense para o América de Natal – a ida de Diá para o América era dada como certa mas não se concretizou.

“Não sou uma pessoa de ficar calado, ainda mais quando estou certo. Talvez levaram uma coisa distorcida para o presidente, de que eu estaria levando jogadores para o América, o que seria uma coisa mais normal, se eu tivesse no América, ABC, Globo, Botafogo… Não gostei. Mas não soltei para a imprensa. Soltei para uma pessoa que trabalha conosco e inocentemente soltou para o amigo, que soltou para um grupo’’, comentou.

O episódio estremeceu a relação, Diá colocou em xeque sua permanência, mas voltou atrás e comandará o Campinense na Série D.

Aliás, das novas aquisições para o Campeonato Brasileiro, apenas a do meia Téssio não teve a indicação de Diá.

”Tenho dado retorno”, finalizou sobre o tema.

Maurílio Júnior – MaisPB

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