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OAS gastou R$ 380 mil para mobiliar triplex que seria de lula, diz jornal

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publicado em 31/01/2016 às 08h53
atualizado em 31/01/2016 às 07h02

A construtora OAS, uma das empresas investigadas na Operação Lava Jato, gastou R$ 380 mil para mobiliar o apartamento triplex no edifício Solaris, em Guarujá, que seria propriedade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A informação foi publicada na edição deste sábado (30) do jornal “O Estado de S. Paulo”.

O Ministério Público de São Paulo investiga se o ex-presidente ocultou patrimônio em razão de um apartamento triplex, no litoral de São Paulo, que teria sido cedido à familia dele pela construtora OAS, investitgada na Lava Jato.O apartamento, além de mobiliado, teria sido reformado para a família de Lula pela OAS.

Segundo o jornal, a construtora comprou, para mobiliar a cozinha, geladeira, no valor de R$ 10 mil, microondas (R$ 5 mil); tampo de pia de resina americana (R$ 50 mil), e forno elétrico (R$ 9 mil).

Documentos obtidos pelo jornal mostram que a OAS também financiou outros itens do apartamento, como uma escada “caracol”, que custou quase R$ 24 mil, e outra, que dá acesso à cobertura, por pouco mais de R$ 19 mil. O porcelanato para as salas de estar, jantar, TV e dormitórios foi estimado em R$ 28,2 mil.

A defesa do ex-presidente argumenta que ele nunca foi dono do apartamento, mas somente proprietário de cotas de um projeto da Bancoop, cooperativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo. A cooperativa se tornou insolvente e transferiu imóveis inacabados para a construtora OAS.

O promotor de Justiça José Carlos Blat contesta essa versão. Segundo ele, na Bancoop, não existem cotas. Em entrevista ao Jornal Nacional, Blat afirmou que o imóvelpertencia a Lula.

“A Bancoop não é um consórcio. A Bancoop, ela oferecia unidades habitacionais. Todos, sem exceção, compraram apartamentos ou casas e, ao longo do tempo, pagaram as prestações devidas à Bancoop, que colocou um sobrepreço indevido, ilegal. Então, todas as pessoas que compraram da Bancoop compraram coisas concretas, ou seja, unidades habitacionais, apartamentos e casas. Não existem cotas da Bancoop”, declarou.

Também neste sábado, o jornal “O Globo”publicou reportagem que revela que os termos de adesão ao edifício Solaris, assinados por outros compradores do mesmo condomínio, mostram que o número de cada apartamento constava dos registros iniciais de comercialização. Ou seja, quem aderia ao empreendimento já sabia a que apartamento teria direito.

Investigação
De acordo com a investigação, a Bancoop não conseguiu levar adiante 15 empreendimentos e teve uma série de problemas com outros 25. Nas contas dos promotores, 6 mil cooperados foram prejudicados.

Segundo o Ministerio Público, o dinheiro que deveria ter sido aplicado na construção dos imóveis foi desviado pra financiar campanhas eleitorais do PT. O ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto era o presidente da cooperativa. Ele está preso no Paraná depois de ter sido condenado no processo da Lava Jato.

Desde que as investigações vieram à tona, a Bancoop informou que a transferência de empreeendimentos para outras construtoras foi resultado de um acordo com o Ministério Público e que não tem mais qualquer relação com esses empreendimentos. O PT afirmou que todas as doações que o partido recebeu foram legais e declaradas à Justiça Eleitoral. A OAS não quis se manifestar.

G1

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