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ExoMars: projeto levará a Europa a buscar vida em Marte

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publicado em 26/12/2015 às 10h56
Missão vai averiguar se o planeta vizinho pode abrigar vida

A Agência Espacial Europeia (ESA) terá foco em 2016 no projeto ExoMars, uma ambiciosa missão científica rumo a Marte que pretende responder uma questão filosófica milenar: estamos sozinhos no universo?

Em alguma data ainda não estabelecida em março, a missão decolará da base russa de Baikonur em um foguete Proton-M que transportará em seu interior uma cápsula com um pequeno robô programado para coletar terra marciana e averiguar se o planeta vizinho pode abrigar vida.
Após um 2015 produtivo com o sucesso da aterrissagem da sonda Rosetta em um cometa em novembro de 2014 e com o novo diretor-geral dos comandantes, o alemão Johann-Dietrich Wörner, a ESA se prepara para uma aventura em Marte que a Europa desenvolve em parceria com a agência russa Roscosmos e que necessitará 15 anos de percurso político, científico e industrial.

A ambiciosa missão, destaque do calendário europeu espacial do ano que vem, também precisou de 1,2 bilhão de euros para poder chegar ao planeta situado a 77 milhões de quilômetros da Terra e cuja órbita será alcançada nove meses após o lançamento.

Em 2018, a nave soltará uma pequena parte chamada Schiaparelli, que atravessará a atmosfera marciana com direção à região de Oxia Planum. A nave, de 600 quilos, freará com um paraquedas e ajustará a aterrissagem com pequenos jatos de propulsão quando estiver a 2 metros do solo.

Em seguida, o veículo ativará painéis solares, estenderá seus apoios e descerá uma rampa pela qual passará um módulo com rodas e câmeras para explorar o terreno até encontrar um lugar propício para escavar.

Quando esse ponto for localizado, o robô usará uma broca para extrair uma amostra a dois metros abaixo da terra, uma profundidade inédita em Marte, onde até agora a terra só tinha sido retirada a poucos centímetros da superfície, nunca no subsolo.

O robô se dedicará durante quatro dias a analisar essas amostras e enviar os resultados à nave matriz, que permanecerá por cinco anos na órbita de Marte pesquisando sobre seus gases atmosféricos.

O “rover” se tornará o quarto aparelho controlado a pisar em solo marciano (até então, todos eram da Nasa). A ESA e o Reino Unido já chegaram a Marte com o Beagle em 2003, mas o contato com o aparelho foi perdido ao entrar em contato com a superfície porque dois de seus quatro painéis solares não conseguiram se desdobrar e bloquearam sua antena de comunicação.

A primeira meta do ExoMars será provar que a Europa pode realizar uma aterrissagem controlada no “planeta vermelho”. A missão começará em um cenário de crescente interesse em relação a Marte, por onde atualmente sobrevoam sondas como a indiana Mangalyaan e a americana Maven, que já trouxeram notícias esperançadoras.

 Terra

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