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Magistrado, colaborador do Diário de Pernambuco, leitor semiótico, vivendo num mundo de discos, livros e livre pensar. E-mail: [email protected]

Perda de tempo

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publicado em 02/05/2024 às 07h00
atualizado em 01/05/2024 às 15h27

Nos dias atuais o velho clichê nunca esteve tão em voga: tempo é ouro! Sim, porque esse é o metal mais cobiçado pelos homens e também pelas mulheres; os Bancos Centrais procuram sempre aumentar suas reservas em ouro e para nós, que queremos espichar as 24 horas de um dia, esse lapso temporal realmente é ouro.

Já parou para pensar quanto tempo perdemos no trânsito, nas filas ou nos consultórios médicos (mesmo que tenhamos marcado hora)? Mas, como se diz por aí, faz parte. Por mera complacência, paramos na rua para ouvir algum conhecido, que sequer lembramos o nome, inventariar suas lamúrias, evocar passagens e casos pretéritos que você nem sabe se realmente existiu. Falatório que nada acrescenta, e você ali, perdendo seu tempo. Quantas reuniões de trabalho que, no final, não traz resultado satisfatório nem prático. É a perda de tempo institucional.

E quando você não professa nenhuma religião e recebe um convite para algum ato  ecumênico, e fica prostrado ouvindo sermões, homilias, delírios, etc. e vê-se acometido daquela sensação de impotência e fica se perguntando: o que eu estou fazendo aqui? Poderia estar lendo um livro ou fazendo algo mais producente. Pois é, são as convenções sociais que nos foram impostas.

Coitados, como sofrem aqueles que ocupam cargos comissionados e a eles se apegam desesperadamente, pois constituem um aumento no contracheque, entretanto, são obrigados  a participarem de todo e qualquer evento aonde o chefe for, para aumentar o quorum e, em claquete, sonorizar o ambiente com estridente salva de palmas, envaidecendo o orador. A esses eu não sei se perdem tempo ou se é oculta atribuição do seu trabalho.

Quantas vezes estamos em nosso ambiente laboral e somos procurados por pessoas – conhecidas ou não -, que tomam nosso tempo com um lero-lero insosso, querendo ouvir nossa opinião sobre assuntos que não nos compete. E diante daquela figura invasiva, ficamos silentes, inertes, com o pensamento flanando por outras ambiências.

E quando o intruso termina a explanação de sua chatice, nos pergunta de chofre:

– E aí, o que é que o senhor acha?

Então, recomposto de nossos pensamentos aleatórios, e sem saber o que nos foi dito,  respondemos:

-Acho que a saída é essa mesma ou, querendo, você pode optar por alternativa diversa.

E esse improvável diálogo termina com um aperto de mão e você suspirando, enquanto pensa: ninguém merece!

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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