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Israel aprova lei que permite alimentação forçada de presos

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publicado em 30/07/2015 às 09h09

O parlamento de Israel aprovou nesta quinta-feira (30) a polêmica lei que permitirá alimentar de forma forçada presos que fizerem greve de fome apesar das críticas de organizações médicas e de direitos humanos.

A nova regra atinge, principalmente, os palestinos detidos, que nos últimos anos têm feito longas greves de fome. O recurso é uma forma de protesto contra a prisão administrativa, recurso amplamente usado por Israel e que permite prender, sem acusação ou julgamento, uma pessoa por seis meses, renováveis de forma indefinida, como informou a Agência EFE.

Um dos últimos casos de greve de fome a ganhar repercussão foi o do palestino Khader Adnan, que permaneceu mais de 50 dias sem comer para protestar contra uma nova detenção administrativa de Israel. Ele foi mantido preso por quase um ano sem acusação de nenhum crime.

O projeto, defendido pela coalização que apoia o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, foi aprovado com 46 votos a favor e 40 contra, de acordo com o “The Jerusalém Post”.

A coordenadora do Comitê de Ética da ONG Médicos pelos Direitos Humanos de Israel, Hadas Ziv, criticou a aprovação. “O parlamento aprovou uma lei horrenda, que expõe a natureza antidemocrática de seus membros. É uma lei que obriga a comunidade médica de Israel a violar a ética para obter lucro político, como outros regimes obscuros fizeram na história”, disse à Agência EFE.

Hadas Ziv disse que a decisão de aplicar ou não a lei recairá sobre a equipe médica. “Agora a comunidade médica terá que decidir se rejeita completamente ser um instrumento da tortura. A lei faz da medicina uma ferramenta de castigo e opressão”, completou.

A Anistia Internacional (AI) também tinha pedido em junho que Israel não aprovasse a alimentação forçada, ao considerá-la como uma prática “cruel e desumana” contra os presos. Segundo a entidade, cinco prisioneiros morreram no país quando foram submetidos a esse tipo de procedimento entre 1970 e 1992.

“A lei representa uma violação dos direitos humanos e da dignidade dos presos, que têm direito a fazer greve, como deixa clara a Declaração de Malta”, disse a porta-voz da AI, Mariam Farah.

G1

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