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Gilson Lira é Master Coach e Trainer em PNL com certificações pela Sociedade Brasileira de Coaching (SBC), Sociedade Euroamericana de Coaching (SEAC) e Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística (SBPNL). Bacharel em Comunicação Social e pós-graduado em Marketing e Gestão de Pessoas. Coautor dos livros “PNL para Professores”, “Segredos do Sucesso – Histórias de Executivos da Alta Gestão”, “Coaching para Gestão de Pessoas” “Empreendedorismo” e “Bíblia do Coaching”. Atualmente ocupa o cargo de diretor de mercados internacionais da Embratur. [email protected]

Jesus, mais que um coach inspirador…

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publicado em 04/04/2015 às 11h20
atualizado em 04/04/2015 às 08h50

Considerada a principal celebração do ano litúrgico cristão, a Páscoa marca o ápice da Paixão de Cristo, quando relembramos a ressurreição de Jesus de Nazaré – indiscutivelmente a mais importante figura religiosa do mundo. O que é conhecido sobre sua vida é relatado pelos quatro evangelhos canônicos em Mateus, Marcos, Lucas e João. Para nós, cristãos, a Semana Santa é intensamente significativa. A propósito, penso que os dias que celebram a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo não devam ser vistos, meramente, como ‘dias de folga’ e de descanso. Mas, efetivamente, que eles nos sirvam como dias de reflexão plena e profunda sobre o Cristo que morreu por nós e que nos redimiu.

Foi a partir da minha Primeira Eucaristia (eu tinha não mais que nove anos), que passei a nutrir pela pessoa de Jesus uma grande admiração e um enorme fascínio. Essa admiração e enorme fascínio se deviam não só pelos feitos, milagres e profundo impacto que causaram – e ainda continuam a causar – em seus milhares de seguidores. Mas, também, por sua fantástica resiliência e agigantada calma. Como se sabe, Jesus era um líder calmo e sereno, mas bastante eficiente (há de se registrar que nos três intensos anos em que passou viajando pelas estradas poeirentas da Palestina, Ele precisou enfrentar perigosos e poderosos opositores).

Quando se estuda a Bíblia cristã, mesmo através daquele tido como o evangelho mais curto, se comparado aos demais, como é o caso do escrito pelo evangelista Marcos, que tanto aprecio, não há como não se encantar e se deixar influenciar, positivamente, pela imensa sabedoria e ação persistente e invariável deste grande mestre e redentor da raça humana: Jesus de Nazaré.

Líder habilidoso que vivia intensamente aquilo o que pregava, Jesus jamais se permitiu se desviar de sua missão. Ele sabia que era indispensável ter pessoas ao seu redor para ajudá-lo a difundir Sua poderosa mensagem. E o que fez? Escolheu cuidadosamente discípulos e seguidores e disse: “Sigam-me, eu os farei pescadores de homens”. (Marcos 1:17).

Muito já se foi dito a respeito da genialidade de Jesus e do seu magnífico poder de comunicação e ‘persuasão’. Eu, particularmente, carrego uma convicção: a de que Sua sapiência residia muito mais no saber ouvir, do que propriamente no saber falar;  muito mais no ansiar compreender cada um dos seus semelhantes – sem julgá-los, do que no simples desejo de persuadi-los ou convencê-los. Aliás, sua inclinação em sempre se prender às qualidades e virtudes dos que o seguiam, em detrimento aos seus defeitos, era algo fenomenal. (É possível deduzir que Jesus possuía uma natural capacidade de rapidamente estabelecer rapport e criar empatia, gerando, com isso, forte conexão com seus seguidores.). Como o seu foco estava verdadeiramente nas pessoas – e em como fazê-las efetivamente compreender a sua mensagem – penso que não havia como Jesus não ter se saído extraordinariamente exitoso e bem-sucedido em sua real missão de evangelizar e propagar a ‘boa nova’.

Pode soar um pouco estranho para alguns o que vou dizer agora, mas creio, fortemente, que Jesus foi, de longe, o coach mais inspirador e o líder mais exemplar que este mundo já recebeu. E porque afirmo isso com tanta veemência? Por dois motivos: o primeiro, porque como já expus, Ele entendia, como ninguém, a alma humana. Ele sabia a importância da qualidade do afeto e da presença. E exatamente por isso que sempre buscava dar especial atenção a todos que o procuravam. Segundo, porque Ele possuía uma habilidade ímpar de instruir e ensinar, geralmente por meio de inspiradoras histórias e belas parábolas. Em Marcos, capítulo 1, versículo 22, lemos: “Todos ficavam maravilhados com o seu ensino, porque lhes ensinava como alguém que tem autoridade e não como os mestres da lei”. Já mais à frente, no capítulo 4, versículos 33 e 34, Marcos escreve: “E como muitas parábolas semelhantes lhes expunha a palavra, conforme o permitia a capacidade dos ouvintes. E sem parábolas não lhes falava; tudo, porém, explicava em particular aos seus próprios discípulos”.

Agora sabe o que acho mais interessante na personalidade de Jesus? É que Ele já entendia suficientemente bem, muito antes da existência da psicologia moderna ou da hipnose Ericksoniana, que é eficazmente mais rápido chegar ao inconsciente e produzir resultados efetivos quando ‘embrulhamos’ alguns conselhos e ‘verdades universais’ dentro de histórias, metáforas ou parábolas, do que, simplesmente, quando tentamos fazer isso empurrando de ‘goela a baixo’, como costumeiramente se diz.

Em ‘Jesus, o maior psicólogo que já existiu’, Mark W. Baker escreve que o Nazareno compreendia a forma de pensar das pessoas e as abordava com técnicas psicológicas que estamos apenas começando a entender. “Em vez de mostrar-se superior, dando palestras eruditas baseadas no seu conhecimento teológico, Ele humildemente dizia o que queria através de simples histórias. Falava de um modo que levava as pessoas a ouvirem, porque sabia o que as fazia querer escutar”. Ainda de acordo com o PhD em psicologia clínica e mestre em teologia, “Jesus foi um poderoso comunicador porque compreendia o que a psicologia está nos ensinando hoje: que baseamos a nossa vida mais no que acreditamos do que no que sabemos”.

Pois bem, que nos conscientizemos em procurar sempre fazer uma reflexão pessoal a cerca do Cristo que nos salvou e nos redimiu. Como também, que procuremos diariamente em nossas vidas meditar a respeito dos ensinamentos que Ele nos deixou. A propósito, mesmo já tendo decorrido vinte séculos após sua breve passagem na terra, a mensagem daquele que humildemente se permitiu nascer em uma pequena estrebaria de Belém continua poderosamente transformadora.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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