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‘Me fiz de morto’, afirma ferido em chacina no Rio de Janeiro

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publicado em 17/03/2015 às 08h47

“Precisei fingir que estava morto para eles não atirarem mais em mim”. O desabafo é de um dos sobreviventes da chacina de sábado em Santa Cruz da Serra, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde quatro pessoas foram mortas. O aposentado X., de 59 anos, levou um tiro no braço direito, que também atingiu o braço esquerdo, onde a bala ficou alojada.

– Eu estava bebendo no bar com uns amigos. Foi tudo muito rápido. A única coisa que me veio à cabeça foi me passar por morto mesmo para conseguir escapar – lembra ele.

O aposentado não foi o único que precisou ser frio para despistar os criminosos. Y., de 29, foi atingido na coxa direita ao salvar a sogra e a filha, que estavam na cozinha do estabelecimento.

– Ele estava no balcão quando começou o tiroteio. Na mesma hora saiu correndo para a cozinha e mandou eu e minha neta, que estava no meu colo, subirmos correndo. Foi quando estava na escada que ele foi atingido. Se não fosse pelo meu genro, acredito que eu teria morrido – desabafa Z., de 43, que estranhou a violência no bairro: – Aqui sempre foi um lugar muito calmo, bem pacato mesmo. Nunca aconteceu nada parecido, estamos muito assustados com tudo isso.

O crime aconteceu por volta das 19h30m na Rua Beira Rio. Uma das balas atingiu o relógio do bar, que parou no exato momento da tragédia.

– Eu tinha saído para comprar carne na hora da invasão dos criminosos. Acredito que foi coisa de Deus mesmo – diz o marido de Z., de 51 anos.

Durante a ação, Antônio Cândido da Silva Filho, o Bruxo, de 37, Dênis Santos Gorjão, de 38, e Mário Santana Cassimiro, de 58, morreram no local. De acordo com a perícia, Bruxo levou 14 tiros na barriga, no peito e na mão. Mário levou cinco, e Dênis, três.

Dos feridos, um segue internado

Além de X. e Y., duas pessoas também foram baleadas. Uma, de 32 anos, que chegou a ser levada para o hospital mas já foi liberada. A outra, de 23, segue internada. De acordo com a Secretaria estadual de Saúde, seu quadro de saúde é estável.

Segundo testemunhas, oito criminosos chegaram ao local num Palio branco e num Citoën C5 prata, e já saíram dos veículos atirando.

Agentes da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DH) estiveram no local em busca de câmeras que possam ter filmado toda ação dos criminosos. A polícia ainda aguarda as quatro vítimas para prestarem depoimento na delegacia. Os policiais acreditam que o crime tem características de execução. De acordo com testemunhas, a região de Santa Cruz da Serra está no meio de uma disputa entre facções rivais.

Extra

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